Tesis
O realismo e o sentido de unidade em Papéis Avulsos, de Machado de Assis
Fecha
2018-01-15Registro en:
MACHADO, Ricardo Batista. O realismo e o sentido de unidade em Papéis Avulsos, de Machado de Assis. 2017. 174 f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Machado, Ricardo Batista
Institución
Resumen
O presente trabalho estuda os elementos da obra Papéis avulsos (1882), de Machado de Assis, que conferem a ela um sentido de unidade. Partindo da indicação feita pelo próprio autor em advertência à obra e coletando dados através dos 12 contos que compõem a coletânea, pretende-se (re)articular tal unidade, valendo-se, para tanto, da contribuição de diversos estudiosos da literatura machadiana. À produção de Roberto Schwarz, John Gledson, Antonio Candido e outros, será coligida a teoria social do filósofo húngaro György Lukács. Tendo como pressupostos os princípios formulados por Karl Marx e Friedrich Engels, Lukács possui uma robusta produção teórica (filosófica e de crítica literária), articulada em bases materialistas, principalmente a partir dos anos 1930. O desafio encontra-se justamente em colocar em debate os princípios estéticos formulados pelo filósofo húngaro e a rica produção já existente de análises concretas da obra do autor brasileiro. O humor, a crítica ao naturalismo e a dialética essência/aparência se articulam em contos que representam bem a virada no método de composição de um dos maiores escritores brasileiros, o que irá resultar no potente realismo (entendido enquanto modo de representação literária) da narrativa machadiana. Publicada pouco depois de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Papéis avulsos contém muito da revolução formal operada por Machado de Assis naquele romance e é bem representativa do processo pelo qual o autor passara até chegar ao tom único que marca as Memórias.