Tesis
Diversidade vegetal, variáveis ambientais e serviços ecossistêmicos : subsídios para a conservação biológica do Cerrado
Fecha
2022-07-12Registro en:
FERREIRA, Marcela Costa. Diversidade vegetal, variáveis ambientais e serviços ecossistêmicos: subsídios para a conservação biológica do Cerrado. 2022. 159 f., il. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Ferreira, Marcela Costa
Institución
Resumen
Neste estudo, bases de dados ambientais do Distrito Federal (DF) foram integradas de
modo a responder às questões de pesquisa, ao longo de três capítulos. No capítulo 1 fizemos a
caracterização da composição florística, da estrutura da vegetação lenhosa e das variáveis
ambientais locais, considerando as diferentes fitofisionomias do Cerrado do DF. No capítulo 2,
investigamos as mudanças no uso e cobertura do solo (LULC) do Cerrado do DF, bem como,
analisamos a perda líquida de estoques potenciais de carbono das vegetações nativas, nos
últimos dez anos. No capítulo 3, utilizamos bases de dados ambientais do território do DF para
realizar Análises de Decisão Multicritério e selecionar áreas com alto Potencial de Uso
Conservacionista (PUC), de modo a salvaguardar Serviços Ecossistêmicos (SE) às
comunidades locais. Também utilizamos dados de biodiversidade e estoques potenciais de
carbono para identificar zonas de conflito no território. Os resultados do capítulo 1 indicaram
que as florestas e savanas apresentaram boa representatividade em nosso estudo. Algumas
espécies tiveram um importante papel ecológico em fitofisionomias específicas das áreas
estudadas, enquanto outras foram compartilhadas em mais de um tipo de fitofisionomia.
Identificamos uma estrutura clara de comunidades vegetais dependentes de variáveis edáficas
e climáticas. Os resultados do capítulo 2 indicaram que houve redução da área total coberta por
vegetação nativa no Cerrado do DF entre 2010 e 2020. É possível que o DF tenha atuado como
fonte emissora de carbono proveniente de mudanças no LULC das vegetações nativas, no
período analisado. Os resultados revelaram que existe relação entre as bacias hidrográficas que
mais estocam carbono e a presença de políticas públicas de conservação ambiental. Atenção
especial deve ser dada às bacias hidrográficas São Bartolomeu e Rio Preto, com ações
mitigadoras viabilizadas por programas e políticas ambientais. A bacia hidrográfica São
Bartolomeu é a de maior potencial para ser inserida em programas de crédito de carbono devido
aos altos estoques de carbono bem como das fortes pressões de mudanças no LULC em seu
território. Os resultados do capítulo 3 indicaram que, em geral, as áreas do DF apresentam
“médio” a “alto” potencial para uso agropecuário, recarga hídrica e resistência a erosão. A
classe “médio” potencial esteve associada a Cambissolos e áreas de relevos ondulados,
enquanto os potenciais “alto” e “muito alto” estiveram associados principalmente a Latossolos,
em paisagens de baixa declividade. As extensas áreas naturais nas regiões de PUC “muito
baixo”, “baixo” e “médio” revelaram que o DF tem destinado áreas vulneráveis para a
conservação de biodiversidade. As atividades agropecuárias nas regiões de Latossolos e de
relevos planos com maiores valores de PUC indicaram que tais atividades têm ocupado áreas
com aptidão para o uso agropecuário. As regiões de conflito de interesse devem ser avaliadas e
manejadas com atenção, pois referem-se às áreas do DF que ao mesmo tempo que apresentam
alto potencial para o uso sustentável, como por exemplo, para o uso agropecuário, possuem
espécies de interesse, Unidades de Conservação de Proteção Integral e/ou sumidouros de
carbono.