Tesis
Evolução tectono-estratigráfica das bacias Rifte-Sag Paleo/ Mesoproterozoicas dos estados de Goiás e Tocantins
Fecha
2022-03-30Registro en:
SILVEIRA, Rafael Toscani Gomes da. Evolução tectono-estratigráfica das bacias Rifte-Sag Paleo/ Mesoproterozoicas dos estados de Goiás e Tocantins. 2021. 134 f., il. Tese (Doutorado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Silveira, Rafael Toscani Gomes da
Institución
Resumen
Esta pesquisa versa sobre a evolução tectono-estratigráfica das bacias rifte-sag
Paleo/Mesoproterozoicas desenvolvidas na margem oeste do Cráton São Francisco e foi
realizada com base em mapeamento geológico, estudo petrográfico, estratigráfico,
geoquímico, sedimentológico, uso de dados magnetométricos e geocronologia de U/Pb
em zircão. No Grupo Natividade, definiram-se onze litotipos que foram agrupados em
quatro associações faciológicas: i) Areno-silto-carbonática; ii) Areno-conglomerática; iii)
Arenosa; iv) Silto-argilosa. Deste modo, foi possível estabelecer quatro ambientes
deposicionais para o Grupo Natividade: plataforma mista; plataforma interna siliciclástica;
plataforma siliciclástica de mar aberto; e turbiditos de água rasa (depósitos de fluxo de
massa). A Sequência Natividade seria mais rasa na porção sul com o predomínio de
carbonatos e turbiditos de água rasa e mais profunda para o norte, com o predomínio de
sedimentos finos, sendo o paleorelevo um fator controlador da sedimentação. Os dados
de U/Pb, para a rocha metavulcânica observada na base da sucessão, indicam idade de
1824 Ma (amostra VU39), já a idade máxima de deposição nas rochas metassedimentares
é de 1776 Ma (amostras T1, T3 e T4). Esses dados indicam que o Grupo Natividade foi
depositado no Paleoproterozoico tardio (Estateriano), possivelmente englobando o
Mesoproterozoico inicial (Calimiano), sendo posicionado na estratigrafia regional entre os
grupos Araí e Traíras/Serra da Mesa. O vulcanismo do Grupo Natividade é bastante restrito
e apresenta comportamento geoquímico semelhante ao observado no Grupo Araí,
indicando que esses processos magmáticos são reflexos do rifteamento ocorrido mais ao
sul (rifte Araí). O modelo geológico considera o Grupo Natividade (ao norte) como uma
bacia do tipo sag sob efeito de subsidência termo-flexural que é separada do Grupo Araí
(ao sul) pelo Bloco Almas interpretado como um paleorelevo elevado. A pesquisa também
aborda a Formação Água Morna (Grupo Araí) que é uma sequência Paleoproterozoica com
distribuição regional descontínua, pouco espessa e com homogeneidade lateral. Os
principais registros sedimentares são compostos por quartzito feldspático/metarcósio,
imaturo, frequentemente rico em seixos e com presença comum de estratificações
cruzadas planares e acanaladas. Secundariamente, há deposição de metaconglomerados e
metagrauvacas. Essas características indicam ambiente deposicional do tipo fluvial
entrelaçado dominado por areia, com canais ativos, barras e canais abandonados. O
modelo geotectônico proposto sugere uma bacia do tipo pré-rifte que faz parte dos
estágios iniciais do rifte Araí. Nesse sentido, a sequência seria controlada por subsidência
térmica resultante do resfriamento crustal após soerguimento astenosférico passivo.
Dados geocronológicos de zircão detrítico indicam uma proveniência do embasamento
local, com uma fonte no Sideriano (2,47 a 2,32 Ga) ligada ao Terreno Almas, e uma fonte
mais significativa no Riaciano (2,28 a 2,05 Ga) relacionada especialmente ao Terreno
Aurumina que é constituído pela Suíte Aurumina (2,11 a 2,16 Ga) e pela Formação Ticunzal
(2,16 a 2,19 Ga). A idade máxima de deposição de 2,15 Ga (Marques, 2009), associada a
dados sedimentológicos fornecem um argumento sólido para separar a Formação Água
Morna da Formação Arraias (1,771 Ga) sobreposta, na base da estratigrafia do Grupo Araí.