Tesis
Afetos possíveis : a representação de diferentes tipos de arranjos familiares na literatura brasileira contemporânea
Fecha
2020-07-03Registro en:
FREIRE, Pollianna de Fátima Santos. Afetos possíveis : a representação de diferentes tipos de arranjos familiares na literatura brasileira contemporânea. 2020. 296 f., il. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, 2020.
Autor
Freire, Pollianna de Fátima Santos
Institución
Resumen
Neste estudo, investiga-se a representação de diferentes arranjos familiares, especificamente os
formados por famílias matrifocais, anaparentais e homoafetivas, em narrativas da literatura
brasileira contemporânea. Para tanto, reflete-se sobre a constituição do conceito de família, com
ênfase na transformação das denominadas famílias patriarcais para as tradicionais famílias
nucleares burguesas e, por fim, para os arranjos familiares do alternativo ao hegemônico. As
obras consideradas nesta tese são: Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo; Becos da
Memória (2006), de Conceição Evaristo; Azul-corvo (2010), de Adriana Lisboa; Elvis & Madona
– uma novela lilás (2010), de Luis Biajoni; Amora (2015), de Natália Borges Polesso; e A vida
invisível de Eurídice Gusmão (2016), de Martha Batalha. Assim, analisam-se textos que trazem
representações de famílias que reiterem ou questionem dispositivos político-discursivos
conflitantes presentes no campo político, os quais também são compreendidos nesta tese, nos
termos de Teresa de Lauretis (1994), como tecnologias de gênero, para discutir como diferentes
tipos de arranjos familiares vêm sendo representados na literatura brasileira contemporânea e
no campo literário brasileiro. Trabalha-se a partir da problematização de questões relacionadas
à formação desses diferentes e complexos arranjos familiares em contraponto a diferentes
dispositivos político-discursivos, a exemplo de iniciativas legislativas que representam uma
tentativa, sobretudo no contexto familiar, de regulação do gênero e da sexualidade para
(re)estabelecer padrões fundados na estrutura compreendida, nos termos de Judith Butler
(2003), como a matriz de inteligibilidade de gênero.