Tesis
Antígona e a Ditadura Militar : a experiência e o diálogo cênico-trágico na montagem do Coletivo Calcanhar de Aquiles
Fecha
2018-02-07Registro en:
FIGUEIRA, Bárbara Cristina dos Santos. Antígona e a Ditadura Militar: a experiência e o diálogo cênico-trágico na montagem do Coletivo Calcanhar de Aquiles. 2017. 189 f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Figueira, Bárbara Cristina dos Santos
Institución
Resumen
O presente estudo propõe uma investigação teórica acerca da obra Antígona, de Sófocles, vinculada à montagem teatral homônima do Coletivo Calcanhar de Aquiles, realizada na Universidade de Brasília no ano de 2014. Na busca pela atualização do debate expresso na tragédia de Sófocles, o Coletivo optou pelo desenvolvimento de reflexões acerca de nosso passado recente, conectando o enredo da peça ao período da Ditadura Militar Brasileira. As questões suscitadas pelo clássico grego pareceram bastante pertinentes ao objetivo de investigar o percurso e as bases ideológicas que permitiram a continuidade da estrutura ditatorial aos dias de hoje e, diante disso, investir no estudo crítico da Literatura e do Teatro. A partir desse propósito, empreenderemos uma análise da tragédia Antígona, de Sófocles, mediada pela montagem do Coletivo Calcanhar de Aquiles e filiada à busca pela compreensão do tempo presente. Acreditamos que, mesmo na morte, Antígona vence o adversário, pois o sentido de sua luta se sobressai. Por meio do presente estudo afirmamos que Antígona, além de um dos mais belos questionamentos acerca dos limites do poder, converteu-se para sempre em um símbolo da liberdade de se agir contra o Estado (ROSENFELD, 2009), chegando até nós como o monumento da cultura ocidental que melhor apresenta as questões acerca da liberdade do sujeito de rebelar-se contra as estruturas que o oprimem. Nisto reside sua assombrosa atualidade.