dc.description.abstract | O lógico pode executar seu trabalho basicamente de três maneiras não independentes: analisar
lógica como um assunto em si; investigar a filosofia que envolve os conceitos lógicos; e,
finalmente, usar lógica como uma ferramenta para fazer filosofia. Nesta terceira maneira de
fazer lógica, nosso objetivo neste trabalho foi mostrar como a lógica dos conceitos éticos (no
sentido holista) poderia se beneficiar de uma combinação envolvendo lógica deôntica e lógicas
da justificação. Considerando as diversas teorias normativas formais na literatura, não foi difícil
concluir que a lógica deôntica é o mais perto que se pode chegar de uma lógica do discurso ético,
o que levanta diversas questões. Mesmo nas mais avançadas apresentações da lógica deôntica,
não se vê mais que operadores deônticos (obrigatório que..., permitido que...) e uma porção de
recursos para descrever fatos/ações. Isto nos levou a questionar: haveria uma maneira filosófica
de fazer operadores deônticos mais “normativos”? A questão estabelece a missão de achar um
novo conceito na filosofia moral para uso formal. Interessante notar que a maioria dos artigos
e livros de ética, além dos conhecidos conceitos como “bom”, “mal”, “moral”, “dever”, usa
da noção de justificação em inúmeras oportunidades. Justificação, por exemplo, é um sinal de
aprovação tanto quanto qualquer outro termo moral. Da mesma maneira, podemos dizer de
obrigações e permissões que são justificadas, o que faz o discurso lógico formal não apenas
sobre ações, mas sobre normas de um dado sistema. As duas “justificações”, de ações e da
modalidade, poderiam fazer o debate ético muito mais preciso do que usar qualquer outro termo
axiológico (mal, bem) por uma simples razão: a existência das lógicas da justificação, criadas
por Sergei Artemov. No aspecto semântico e sintático, quase todos os sistemas de Artemov
provaram ser bem sucedidos para a ética e metaética apenas com uma adaptação: a troca da
leitura de “j é uma justificação para A” por “j é uma justificação ética para a ação A”. Mesmo com
o sucesso relativo desta abordagem informal e primitiva, apenas com uma combinação fomos
capazes de tratar aspectos mais relevantes da metaética. Neste trabalho, por fim, desenvolvemos
combinações entre lógica deôntica e lógica da justificação, chamadas de Lógicas da Justificação
Normativa (LJN), que se mostraram diferentes de outras combinações normativas. Capazes
de mudar o objeto da fórmulas justificacionais, LJN clarificou conceitos em ética normativa e
metaética, algo ainda não executado em lógica de conceitos éticos. Além disso, LJN foi capaz
de lidar com alguns problemas marcantes em lógica deôntica, como o paradoxo de Ross e o
problema de expressividade das obrigações prima facie e all-things-considered. Considerando
que justificação sempre foi conceito melhor empregado em questões epistemológicas (desde
Platão), duas inovações primordiais pode ser reputadas à LJN: primeiro, é lógica capaz de
mapear o discurso ético em seu sentido lato, incluindo a metaética; e, no escopo da metafilosofia,
LJN poderia clarificar a conexão entre ética e epistemologia, apenas rapidamente sugerida por
autores como Roderick Chisholm. | |
dc.rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | |