Tesis
Efeito do café na recuperação do glicogênio muscular no pós-treino de ciclismo
Fecha
2021-01-25Registro en:
LOUREIRO, Laís Monteiro Rodrigues. Efeito do café na recuperação do glicogênio muscular no pós-treino de ciclismo. 2020. 102 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Loureiro, Laís Monteiro Rodrigues
Institución
Resumen
Introdução: O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e seu efeito nos exercícios físicos
é conhecido graças ao papel da cafeína na melhora do desempenho. O carboidrato é o substrato
energético primário para a realização de exercícios e um dos determinantes do desempenho dos atletas
em esportes de resistência. Algumas substâncias do café têm mostrado resultados positivos no
metabolismo da glicose e são promissoras em relação à recuperação de glicogênio muscular pós-
treino. Objetivo: Investigar os efeitos do café com leite adoçado, consumido após exercício físico
extenuante, sobre a resposta glicêmica e insulinêmica, e na deposição de glicogênio muscular. Método:
Ensaio clínico, duplo cego, cruzado e randomizado. Foram selecionados ciclistas ou triatletas, adultos,
do sexo masculino, treinados recreacionais, com VO2máx mínimo de 45 mL/kg/min e pico de potência
(PPO) de 280 watts, obtidos em um teste incremental cardiopulmonar. Inicialmente os atletas
compareceram ao laboratório para um exercício intervalado até a fadiga em cicloergômetro com
objetivo de depletarem as reservas de glicogênio muscular. Na manhã seguinte retornaram em jejum
e iniciaram o segundo protocolo de exercício a 70% PPO até fadiga, seguido da recuperação de 4 h.
Foram realizadas oito coletas de sangue ao longo do experimento e duas biópsias musculares, no início
(b1) e ao final (b2) da recuperação. Após a primeira biópsia os voluntários receberam a primeira dose
da bebida teste (Café+leite) ou da bebida controle (Leite). A segunda dose da bebida foi fornecida no
tempo 60 minutos e a terceira dose, nos moldes de um desjejum, no tempo 120 minutos. Foram
fornecidos um total de 8mg de cafeína /kg de peso, 3,6g de carboidratos/kg e 0,9g de proteínas/kg
(razão carboidrato/proteína de 4:1). Foram determinadas glicose e insulina na curva de tempo e
calculadas as áreas totais abaixo da curva (TAUC) de resposta glicêmica e insulinêmica. A análise
conduzida com o tecido muscular foi a dosagem de glicogênio nas biópsias b1 e b2. Foi aplicada a
análise do efeito de medidas repetidas usando o procedimento de modelos mistos (PROC MIXED). Os
valores das médias dos mínimos quadrados e seu erro padrão foram apresentados e comparados entre
os tratamentos usando o teste t de Student com α = 0,05. Resultado: Onze atletas completaram o
experimento e participaram das análises (idade 39 ± 6 anos; IMC 24,0 ± 2,3 kg/m2; VO2máx 59,9 ± 8,3
mL/kg/min; PPO 346 ± 39 W). De acordo com a TAUC a ingestão de Café+leite resultou em maior
resposta glicêmica (p = 0,02) e insulinêmica (p = 0,03) após 4 h de recuperação. Além disso, o tratamento Café+leite resultou em níveis de glicogênio muscular 40% maiores ao final da recuperação
em comparação ao tratamento Leite (p = 0,01). Conclusão: O consumo de café com leite adoçado e
uma refeição sólida favorece a produção de insulina, captação de glicose e a deposição de glicogênio
muscular no período pós-treino. A adição de café a uma bebida com quantidades adequadas de
carboidrato e proteína aumentou a TAUC na resposta glicêmica e insulinêmica e o acúmulo de
glicogênio muscular durante as 4 h de recuperação após exercício extenuante.