Tesis
Relações entre escolarização, pobreza e posições de classe no campo brasileiro e suas implicações para as políticas educacionais
Fecha
2019-07-31Registro en:
SANTOS, Robson dos. Relações entre escolarização, pobreza e posições de classe no campo brasileiro e suas implicações para as políticas educacionais. 2019. xiv, 227 f., il. Tese (Doutorado em Política Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Santos, Robson dos
Institución
Resumen
O objetivo do estudo foi analisar as relações entre escolarização, pobreza e posições de classe no campo brasileiro e as implicações dessa dinâmica às Políticas Educacionais. Inicialmente, o trabalho caracterizou os aspectos demográficos, socioeconômicos e de escolarização entre as populações do campo nas décadas recentes, buscando apontar como eles podem ser compreendidos a partir dos debates sobre a “questão agrária” e o “novo rural”. Na sequência, retomou as teorias sobre os “efeitos” atribuídos à escolarização, com base na Economia e na Sociologia da Educação, ressaltando como elas precisam ser reconsideradas à luz das particularidades sociais do rural. Utilizou critérios de rendimento como aproximação à “situação de pobreza” e propôs uma tipologia de “posições de classe” para o campo. A partir disso, foram utilizados modelos de regressão linear e logística com a finalidade de verificar as associações entre escolaridade e as referidas dimensões em dois períodos: 2005 e 2015. Analisou a incorporação do paradigma da Educação do Campo pelas das Políticas Educacionais, a partir do final da década de 1990, e as funções transformadoras que ele atribui a escolarização. Os resultados gerais da pesquisa apontam que: i) ocorreu uma ampliação moderada da escolaridade das populações residentes no campo; ii) existe correlação positiva fraca entre renda e escolaridade nas áreas rurais, de modo que não é possível concluir pela escolarização como responsável principal pela redução da pobreza; iii) as associações entre escolaridade e “posições de classe” são significativas e pouco se alteraram no período, sendo a variável sexo a que apresentou os maiores coeficientes; iv) a concepção de Educação do Campo adquiriu importância nos marcos legais e nas políticas públicas nas últimas duas décadas, tendo o conceito de “diversidade” como referência; v) na área de Políticas Sociais são escassos os estudos sobre as populações do campo em geral e sobre a educação delas em particular, de modo que é preciso ampliar os referenciais empíricos e teóricos para a compreensão do rural na contemporaneidade.