Tesis
Estratégias de adubação fosfatada no longo prazo : resposta de culturas, distribuição espacial e adsorção de fósforo
Fecha
2022-09-05Registro en:
OLIVEIRA, Luiz Eduardo Zancanaro de. Estratégias de adubação fosfatada no longo prazo: resposta de culturas, distribuição espacial e adsorção de fósforo. 2022. xvi, 136 f., il. Tese (Doutorado em Agronomia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Oliveira, Luiz Eduardo Zancanaro de
Institución
Resumen
O manejo da adubação fosfatada é especialmente sensível nos solos altamente
intemperizados do Cerrado. Devido à elevada capacidade de adsorção de fósforo (P)
destes solos em condições naturais, há receios com possíveis baixas eficiências das
aplicações deste nutriente, especialmente na correção inicial dos baixos teores mas
também nas adubações de manutenção por longo prazo. Este trabalho visou avaliar, em
um experimento de longa duração, diferentes estratégias de adubação de correção e
manutenção com P e seus impactos na produtividade das culturas, na distribuição espacial
e nas propriedades de sorção deste nutriente no solo. Os níveis do fator correção foram:
aplicação de 105 kg P total ha-1 como superfosfato triplo (SFT) ou fosfato natural reativo
de Gafsa (FNR) incorporados ao solo antes do primeiro plantio, além do controle sem
esta aplicação inicial. Dentro de cada uma das três estratégias de correção, o manejo de
manutenção foi feito com 35 kg P total ha-1 aplicados na cultura de verão como SFT, FNR
ou uma mistura de ambos em partes iguais, no sulco de plantio ou a lanço na superfície
do solo. A aplicação corretiva de P resultou em ganhos elevados de produtividade logo
nos primeiros anos, e ainda com prolongados efeitos residuais, enquanto que nos
tratamentos apenas com a manutenção, elevadas produtividades só foram obtidas quando
o P residual acumulado no solo alcançou níveis mínimos. Os estoques necessários para
obtenção de 90% da produtividade referência foram 113,6 e 205,2 kg P ha-1 para SFT e
FNR, respectivamente, considerando que destes, 35 kg P ha-1 referem-se à aplicação do
fertilizante de manutenção do ano. A aplicação a lanço aumentou em cerca de 2,9% a
produtividade das culturas nos anos finais do experimento, quando os estoques residuais
de P no solo eram altos, na média de todos tratamentos adubados. A aplicação a lanço
causou elevada concentração superficial de P total e Mehlich-1, gerando um maior
volume total de solo corrigido com elevados teores desta fração lábil (>12 mg kg-1
). Em
compensação, o volume de solo sob influência do fertilizante (>3 mg kg-1
) foi maior com
a aplicação no sulco, devido ao posicionamento em maior profundidade do fertilizante e
a distúrbios mecânicos como a abertura de sulcos. Observou-se um pequeno movimento
vertical de P de aproximadamente 3 cm na aplicação a lanço entre o 8º e 16º anos de
cultivo, e também um enriquecimento nas entre-linhas quando da aplicação no sulco. Foi
constatada uma diminuição da capacidade de adsorção de P no solo nas regiões de
aplicação do fertilizante fosfatado, especialmente nas camadas superficiais. Da mesma
forma, observou-se que o SFT foi mais eficiente em reduzir esta capacidade de adsorção,
provavelmente devido à pronta difusão de P para o interior das argilas, enquanto que nos
solos onde houve aplicação da fonte pouco solúvel, o fertilizante permaneceu em parte
como partículas não dissolvidas, aumentando em compensação seu efeito residual.
Verificou-se uma necessidade de P menor do que a esperada por outros estudos em solos
similares para redução da capacidade de adsorção a níveis adequados para a produção
agrícola.