Tesis
Efeitos da eletroeletroestimulação na morfometria tecidual da pelve e períneo de ratas Wistar
Fecha
2020-02-12Registro en:
SOUSA, Hugo Alves de. Efeitos da eletroeletroestimulação na morfometria tecidual da pelve e períneo de ratas Wistar. 2017. xviii, 102 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Médicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Sousa, Hugo Alves de
Institución
Resumen
A eletroestimulação (EE) é amplamente utilizada em diversas afecções dos sistemas orgânicos, sobretudo na hipotonia, incontinências e desnervações. Os tecidos da pelve e períneo podem apresentar disfunções em função do envelhecimento e mecanismo de parto, se manifestando nas incontinências urinária e fecal, além de prolapsos de órgãos pélvicos. Nesses casos, a EE promove melhoria funcional, no entanto, seus efeitos nos tecidos são desconhecidos. O modelo murino tem sido proposto para elucidar os aspectos fisiológicos e morfológicos da continência e como a EE melhora função dos órgãos pélvicos e perineais. Considerando que é fundamental elucidar os efeitos e os mecanismos da EE, nosso objetivo foi avaliar o efeito da eletroestimulação intravaginal e intra-anal nos tecidos associados aos órgãos da pelve e períneo de ratas Wistar. Assim, foi conduzido com cinco animais/grupo. No estudo pareado avaliou-se a pressão intra-anal em repouso e EE intravaginal, enquanto que no estudo não pareado, formado por três grupos (Controle, EE intravaginal e EE intra-anal), determinou-se o efeito de 30 sessões de EE durante três semanas consecutivas (frequência = 50 Hz; largura de pulso = 700 μs; intensidade = 2 a 4 mA). Depois, os animais foram eutanaziados e os segmentos pélvicos foram dissecados e processados segundo protocolo padrão para microscopia óptica. Os resultados mostraram que: 1) a sonda apresentou as dimensões adequadas para as ratas, sendo capaz de induzir a EE efetiva dos tecidos da pelve e períneo; 2) o manômetro permitiu o registro adequado dos dados pressóricos; 3) a pressão intra-anal aumentou com a passagem da corrente elétrica, indicando a contração muscular; 4) Ambas as vias de EE (intravaginal ou intra-anal) aumentaram as larguras das camadas mucosa, submucosa e muscular da uretra, vagina, reto e ânus, no entanto, a via intravaginal reduziu a largura da mucosa da vagina; 5) ambas as vias aumentaram o diâmetro das fibras esqueléticas e reduziram o número delas nos músculos do assoalho pélvico (MAPs) e do esfíncter anal externo (EAE), aumentaram o número de mionúcleos das fibras esqueléticas dos MAPs, aumentaram o total de fibras musculares lisas nos músculos da uretra, vagina, reto e do esfíncter anal interno, além de causar aumento na largura da fáscia endopélvica parietal e visceral; 6) a EE intravaginal aumentou a largura da mucosa e submucosa, bem como o total de fibras musculares lisas e o diâmetro das fibras estriadas do esfíncter uretral externo na comparação com a via intra-anal; 7) a via intra-anal foi mais efetiva do que a intravaginal para aumentar a largura da mucosa e o total de fibras musculares da vagina; 8) não houve diferenças entre as vias de EE, intravaginal e intra-anal, nos tecidos do reto. Em conjunto, os resultados demonstraram a eficácia da sonda de EE na transmissão do sinal elétrico para estimular as fibras musculares e ativar as células satélites quiescentes, resultando em hipertrofia celular, além de ativar fibroblastos resultando na maior largura da fáscia endopélvica. Assim, nossos resultados apontam para a efetividade da EE no ganho funcional mediado pela melhora estrutural dos tecidos dos órgãos pélvicos.