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(De)formation journey in the Elias Canetti autobiography narrative
Fecha
2021-03-31Registro en:
Autor
Souza, Rodrigo Matos de
Institución
Resumen
Este artigo aborda a autobiografia de Elias Canetti a partir de umponto de vista formativo buscando outro significado para o conceito de viagem, no qual desejo e prazer não estão presentes, como seria de se esperar de um passeio turístico ou “mochilão”, mas uma viagem que, involuntária e forçada, atravessa o indivíduo, (de)formando-os. Assim, o refúgio, a fuga, o autoexílio relacionam um caminho de tragédias pessoais que ganha outros significados quando narrado. A narrativa autobiográfica de Elias Canetti está dividida em três volumes -"A língua absolvida", "Uma luz em meu ouvido" e "O jogo dos olhos" -e nos fala das rotas migratórias do autor através de uma Europa que se desmorona sob guerras e regimes totalitários que surgiram na primeira metade do século 20. Seu testemunho é um relato de um mundo que vislumbra as experiências totalitárias e a banalização do mal que marca a história da civilização ocidental. Os escritos de Elias Canetti narram os caminhos que ele teve que percorrer para evitar o contato direto com as Grandes Guerras, e expõe certos aspectos (de)formativos da migração, bem como estas experiências, tão abertas às incertezas e livres de quaisquer garantias, aparecem diante dos olhos de um jovem de uma família rica, cuja mãe tentou proteger dos perigos do mundo. Esta característica é um dos muitos destaques, um elemento sine qua nonem suas histórias, porque é aí que reside todo o terror e dor para aqueles que fogem de sua pátria para se aventurarem em terras estrangeiras em uma tentativa quase instintiva de sobreviver. É neste sentido que trabalhamos o conceito de (de)formação em sua relação com o conceito de viagem.