Tesis
Desenvolvimento e avaliação in vitro de complexo de inclusão de cloreto de alumínio ftalocianina com ciclodextrina para a terapia fotodinâmica tópica de câncer de pele
Fecha
2018-09-17Registro en:
REIS, Thaiene Avila. Desenvolvimento e avaliação in vitro de complexo de inclusão de cloreto de alumínio ftalocianina com ciclodextrina para a terapia fotodinâmica tópica de câncer de pele. 2018. xvii, 78 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Reis, Thaiene Avila
Institución
Resumen
Este trabalho teve como objetivo desenvolver complexos de ciclodextrinas com o agente fotossensibilizante altamente lipofílico cloro-alumínio ftalocianina (ClAlFc) para possibilitar a solubilização do fármaco em meio aquoso, melhorar sua estabilidade fotodinâmica e favorecer sua penetração cutânea para possibilitar o uso na terapia fotodinâmica (TFD) tópica de câncer de pele. Inicialmente, um método analítico por HPLC foi desenvolvido e validado em termos de seletividade, robustez, linearidade, limite de detecção e quantificação, precisão e recuperação para quantificação da ClAlFc recuperada de pele de suínos. A solubilidade da ClAlFc em metanol, etanol e solução aquosa de Tween® 20 a 5%, pH 7,4, foi calculada como sendo 9,9 ± 2,8, 5,7 ± 0,3 e 0,7 ± 0,4 mg/mL, respectivamente. Os complexos foram formados com hidroxipropil-β-ciclodextrina (HP-βCD) e, após análise de diagrama de solubilidade, determinou-se a proporção de 20% de HP-βCD no preparo do complexo. O complexo foi caracterizado por espectrofotometria de absorção e emissão de fluorescência, confirmando que a ClAlFc mantém suas características fotodinâmicas mesmo complexada. Análises calorimétricas do agente fotossensibilizante confirmaram sua estabilidade térmica sozinho e na mistura de 1:1 (m/m) com a HP-βCD. Os ensaios de citotoxicidade com células de câncer de pele melanoma da linhagem B16F10, no escuro, mostraram que as concentrações tóxicas para ClAlFc e ClAlFc-HP-βCD são de 39,06 e 625 ng/mL, respectivamente. Com a aplicação da TFD na mesma linhagem celular, a HP-βCD, reduziu discretamente a viabilidade celular em baixas concentrações (1,56 e 6,25 mg/mL), mas reduziu para 37% quando utilizada a concentração de 25 mg/mL. A ClAlFc livre reduziu em 67% a viabilidade celular em quaisquer concentrações analisadas (0,08; 0,31 e 1,25 mg/mL). No entanto, o complexo ClAlFc-HP-βCD reduziu significativamente (p < 0,05) a viabilidade celular em 62% somente na concentração de 1,25 mg/mL. Por fim, ensaios de permeação in vitro foram realizados em células de difusão do tipo Franz modificadas, em pele de orelha de suínos e com o complexo em pH 7,4 por ter apresentado melhor estabilidade frente à corrente elétrica. A utilização de microagulhas sólidas antes da permeação não mostrou-se eficaz para aumentar a permeação da ClAlFc complexada. No entanto, a utilização da técnica não-invasiva e indolor de iontoforese promoveu um aumento de 2,3 vezes na penetração de ClAlFc e foi capaz de aumentar de maneira mais rápida a penetração do fármaco para camadas mais profundas da pele se comparado com o controle de permeação passiva. Assim, o complexo ClAlFc-HP-βCD foi uma alternativa viável para a estabilização e solubilização de ClAlFc para aplicação na pele. A utilização da iontoforese possibilitou um acúmulo de agente fotossensibilizante em camadas mais profundas da pele de maneira rápida e não invasiva, possibilitando assim a TFD tópica de tumores de pele.