dc.description.abstract | A pesquisa apresentada sob o título “Informalidades Planejadas” está locada na discussão sobre
o direito urbanístico e a gestão urbana, historicamente instituída no modelo excludente de
planejar e construir cidades. É investigado o crescimento ilegal e periférico em sítios de valor
cultural e paisagístico no litoral brasileiro. Estes compõem o objeto de estudo, representado por
27 conjuntos urbanos tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A
pesquisa se desenvolve em um suporte teórico conceitual tratado como “escassez urbana”
(Aguilera; Naredo, 2009; Butler, 1980; Costa, 2015; Harvey,1996; Maricato, 2015), agravada
com o aumento de fluxos e demandas ligadas ao turismo e ao surgimento de novos serviços.
Tem como principal objetivo identificar estruturas de crescimento e formas urbanas ilegais no
tecido urbano e discutir os processos que fomentam sua consolidação informal, em áreas
periféricas e de importância ambiental e paisagística. São territórios da cidade, definidos na
pesquisa como “ocorrências urbanas”, ilegais ao negligenciar ou transgredir o aparato jurídico
disposto na legislação edilícia. Elas são constituídas em processos de segregação socioespacial,
resultantes de políticas conservadoras, intervencionistas, homogêneas, em ações exercidas por
setores do poder imobiliário sobre o gerenciamento e o planejamento das cidades. Utiliza-se da
análise morfológica, por meio do exame em imagens de satélite disponíveis no Google Earth
Pro, em critérios definidos por elementos urbanísticos que constituem a forma urbana, como a
rua, a praça, o lote, as quadras, e pela legislação edilícia, conforme a Lei Federal nº 6.766/1979,
que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e o Código Florestal Brasileiro, Lei
nº 12.651/2012, que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa. Foi possível identificar
quatro grupos de ocorrências urbanas ilegais, em dezesseis tipologias estruturais informais que
se repetem no objeto de estudo ao longo do litoral brasileiro. São representados por tecidos
urbanos de duas formas: uma autoconstruída, de crescimento espacial, que implica a
necessidade e a alternativa de ocupar e permanecer no espaço urbano, próximo às demandas
humanas que a cidade atende; e outra representada por ocorrências urbanas, resultantes de
transgressões ao direito urbanístico e da permissividade da lei, constituídas por
empreendimentos que objetivam a exploração e o controle por meio da especulação territorial.
Conclui-se que a gestão urbana, por meio da legislação edilícia, tem contribuído e aprofundado
os problemas informais, produzindo escassez urbana com segregação socioespacial em
formações morfológicas ilegais como resultado de um modelo de fazer cidade. | |
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