Tesis
Fatores determinantes da frequência de infecção por Toxoplasma gondii em primatas neotropicais
Fecha
2021-02-19Registro en:
ELIAS, Mônica de Abreu. Fatores determinantes da frequência de infecção por Toxoplasma gondii em primatas neotropicais. 2020. xi, 55 f., il. Dissertação (Mestrado em Saúde Animal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Elias, Mônica de Abreu
Institución
Resumen
A toxoplasmose é uma zoonose globalmente relevante que pode afetar a saúde de
humanos, animais domésticos, animais silvestres e ecossistemas. Os primatas
neotropicais são altamente suscetíveis à toxoplasmose e representam um importante
grupo sentinela dessa zoonose. Esse estudo foi dividido em 2 capítulos. No capítulo I
investigou-se a soroprevalência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em populações de
primatas de vida livre da Amazônia Central, utilizando 35 amostras de soro, as quais
foram negativas para anticorpos anti-T. gondii em todas as diluições. As sorologias
negativas para esses primatas podem sugerir que essas populações não tiveram contato
com o parasito, embora a baixa amostragem de indivíduos por espécies possa ter
impedido estimativas precisas da prevalência nessas populações. Associado a essa
investigação, no capítulo II, foi realizado uma revisão quantitativa sobre a prevalência
de T. gondii em primatas neotropicais. Foi avaliado como a frequência de infecção varia
em função de fatores taxonômicos, da condição dos animais (cativeiro/vida livre), do
nível de conhecimento sobre os gêneros de primatas e da cobertura florestal na
paisagem. Foi observado que existe grande variação taxonômica na prevalência de T.
gondii, a qual pode ser explicada por processos evolutivos, imunológicos, ecológicos e
comportamentais das espécies. Além disso, parte dessa variação na prevalência é
ocasionada por uma amostragem taxonômica assimétrica, onde os padrões de
suscetibilidade à infecção são melhor compreendidos para os grupos de primatas melhor
estudados. De forma geral, a prevalência em primatas de cativeiro é maior e mais
variável, mas características específicas dos grupos taxonômicos podem amenizar esse
padrão. Por fim, demonstramos como a perda de cobertura florestal na paisagem pode
aumentar a frequência de infecção por T. gondii em populações de primatas de vida
livre. Ainda há muitas incertezas no entendimento da complexa dinâmica de interação
entre T. gondii e os primatas. Esse estudo demonstra a importância e a necessidade de
levantamentos parasitológicos para compreender a interação entre parasitas, hospedeiros
e o ambiente, a fim de antecipar potenciais riscos para a saúde humana, animal e
ecossistêmica.