Tesis
Avaliação do efeito das Ocelatinas-PT (1 a 8) em cultivos de Leishmania e macrófagos : perspectiva na identificação de novos compostos leishmanicidas
Fecha
2019-10-10Registro en:
OLIVEIRA, Mayara Gabriele Carvalho de. Avaliação do efeito das Ocelatinas-PT (1 a 8) em cultivos de Leishmania e macrófagos: perspectiva na identificação de novos compostos leishmanicidas. 2019. xv, 88 f., il. Tese (Doutorado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Oliveira, Mayara Gabriele Carvalho de
Institución
Resumen
A leishmaniose ameaça atualmente 350 milhões de pessoas em 98 países ao redor do mundo e estima-se que existam 12 milhões de pessoas infectadas no mundo. O Tratamento baseia-se nos compostos antimoniais, que são um dos principais medicamentos, que apesar de eficazes apresentam toxicidade e podem provocar resistência nas leishmânias. Assim, a busca por novos compostos eficazes e de baixa toxicidade impulsiona as pesquisas. Os peptídeos antimicrobianos como as ocelatinas-PT apresentam potencial terapêutico devido a sua capacidade de interagir com as membranas das células de mamíferos causando pouco ou nenhum dano a elas e resultando em um processo de permeabilização e rompimento da membrana do micro-organismo. Por ser um princípio ativo novo faz-se necessário identificar seu efeito in vitro para viabilizar sua aplicação biomédica. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito das ocelatinas-PT de 1 a 8 em cultivos de Leishmania sp. para determinar pelo índice de seletividade (IS) compostos com potencial leishmanicida e avaliar o efeito das ocelatinas selecionadas na em cultivos amastigotas de L. amazonensis e de macrófagos J774, infectados e não infectados. Para tal, Leishmania infantum e Leishmania amazonensis foram incubadas com diferentes concentrações de Ocelatinas-PT para determinar a concentração inibitória. Os macrófagos derivados de medula óssea e células J774.A1 foram incubadas com as ocelatinas-PT (1 a 8) para a determinação da concentração citotóxica e do IS. Depois, macrófagos J774 foram infectados com formas amastigotas de L. amazonensis para determinar pelo índice de infecção/microscopia óptica e por qPCR o efeito microbicida; por citometria de fluxo a produção de espécies reativas de oxigênio e de corpúsculos lipídicos e pelo método de Greiss a produção de óxido nítrico. Os resultados mostraram que: as ocelatinas-PT de 1 a 8 inibiram 50% as formas promastigotas de L. infantum e apresentaram baixa toxicidade em cultivos de macrófagos medulares e J774; as ocelatinas PT1 e PT8 causaram aumento de rugosidade, bolhas, erupções vesiculares e caveolares nas membranas de L. infantum; as ocelatinas PT4 e PT6 inibiram 50% das formas amastigotas de L. infantum, inibiram as formas amastigotas de L. amazonensis e apresentaram baixa toxicidade em cultivos de macrófagos J774 (CC50 >512 μg/mL), reduziram de forma dose-dependente a infecção dos macrófagos J774 com L. amazonensis; reduziram a aderência celular com todas as concentrações, mas não de forma dose-dependente, aumentaram a produção de EROs, ON e o índice corpuscular por macrófagos infectados. No conjunto, os resultados demonstram o potencial leishmanicida e imunomodulador das ocelatinas-PT4 e PT6 para futuros ensaios in vivo visando a compreender seu efeito sistêmico e seu mecanismo de ação.