Tesis
Mineralizações auríferas no Greenstone Belt Andorinhas, província mineral de Carajás, sudeste do estado do Pará
Fecha
2019-06-17Registro en:
SOUZA, Sebastião Rodrigo Cortez de. Mineralizações auríferas no Greenstone Belt Andorinhas, província mineral de Carajás, sudeste do estado do Pará. 2018. xi, 179 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Souza, Sebastião Rodrigo Cortez de
Institución
Resumen
O greenstone belt Andorinhas está localizado na porção sudeste do Cráton Amazônico, norte do Brasil. É formado por rochas máficas, metassedimentares e metavulcânicas, apresentando várias ocorrências auríferas, com destaque para os depósitos de ouro Mamão e Lagoa Seca, ambos operados entre 2007 e 2015, tendo produzido cerca de 500 koz de ouro. O depósito Mamão está associado a veios de quartzo auríferos ricos em sulfetos, afetado por alteração hidrotermal compostas por zona distal (clorita), zona intermediária (carbonato), zona proximal (biotita) e zona de minério composta por veio de quartzo (ouro). O depósito Lagoa Seca está associado a uma forte disseminação de sulfetos contendo ouro e o seu zoneamento hidrotermal é dado por uma zona distal (propilítica), uma zona intermediária (silicificação), zona proximal (potássica) e zona de minério (sulfatação rica em ouro). Os diagramas tectônicos discriminantes para a área de Andorinhas mostram rochas de afinidades calci-alcalina derivadas de processos de subducção, representantes de antigos arcos continentais formados em ambientes de não-pluma mantélicas, provavelmente afetados por contaminação crustal. A geoquímica das rochas hospedeiras indicam adições maciças de K, Na, Ca e Si, confirmando a alteração potássica, cálcio-sódica e quartzosa durante o processo hidrotermal. Os padrões de ETR mostram pouco fracionamento no Mamão e fracionamento moderado a forte no depósito de Lagoa Seca, mostrando fraca interação durante o processo hidrotermal. Anomalias de európio não são frequentemente observadas em todo o perfil, sugerindo que os ETR sofreram pouca modificação durante o evento hidrotermal. A relação La/Sm é baixa em todo o perfil, indicando que esses elementos apresentam padrões enriquecidos em ETRL e padrões empobrecidos em ETRP. No depósito Mamão, as cloritas foram classificadas como ripidolita e brungsvita, micas são do tipo anita, anfibólios são cálcicos com composições de Fe-Mg-hornblenda e actinolita, o sulfeto principalmente é a pirita acompanhada por traços de calcopirita-pirrotita-cobaltita-esfalerita, o ouro é classificado como electrum e ocorre como grãos livres na ganga ou como inclusões na pirita. No depósito Lagoa Seca as cloritas são classificadas como brungsvita, as micas são do tipo flogopita, os anfibólios são cálcico e exibem composições do tipo actinolita-tremolita a Mg-hornblenda, os sulfetos são pirita-calcopirita-galena-pirrotita-milerita, e o ouro é encontrado como inclusões na pirita/calcopirita, classificado como electrum. As temperaturas hidrotermais foram calculadas usando o geotermômetro de clorita e indicaram variação de 260°C a 341°C para o depósito Mamão e de 269°C a 353°C para o depósito Lagoa Seca. O geobarômetro da biotita foi utilizado apenas no depósito Mamão e retornou pressões entre 1,12 a 1,34 kbar para a formação das zonas mineralizadas. Isótopos de carbono retornaram valores de -4,95 a -3,54 ‰ no depósito Mamão e de -6,36 ‰ no depósito Lagoa Seca. Isótopos de oxigênio mostram valores de +8,60 a +10,77 ‰ para o depósito Mamão e +8,12 ‰ para o depósito Lagoa Seca. Valores de TDM para as rochas do depósito Mamão variam de 2,70 a 3,32 Ga com εNd (3,0) entre +0,11 e +4,25. Valores de TDM para as rochas do depósito Lagoa Seca retornaram valores de 2,92 a 3,04 Ga e εNd (3,0) entre +1,32 a +2,76 para as rochas metaultramáficas; TDM entre 2.78-2.92 Ga e εNd (3,0) entre +2.18 a +2.75 para rochas metassedimentares e TDM variando de 2.79-2.83 Ga com εNd de +3.52 a +4.39 para as rochas metavulcânicas ácidas. As rochas metamáficas do depósito Mamão mostrou idade isocrônica Sm-Nd de 2952±14 Ma e as piritas finas, que acompanham a mineralização aurífera principal, indicaram idades Pb-Pb de 2971±95 Ma, que dentro do erro analítico, colocam tanto as rochas encaixantes como a mineralização aurífera pertencentes ao período Mesoarqueano. Uma mineralização secundária foi reconhecida através da datação Sm-Nd em piritas grossas, tardias, que indicaram idades de 2446±35 Ma. As rochas metavulcânicas ácidas hospedeiras do depósito Lagoa Seca produziram uma idade Sm-Nd de 2867±40 Ma. De acordo com as microanálises realizadas por EPMA em piritas mineralizadas dos dois depósitos, o tipo de alteração hidrotermal, a estruturação observada nas zonas de minério e características geoquímicas sugerem que os dois depósitos podem ser classificados como depósitos de ouro do tipo orogênico, com fluido hidrotermal originado por processos metamórficos, acompanhado de uma possível contribuição magmática, provavelmente gerada durante a evolução da granitogênese TTG dominante presente na área.