Tesis
Correia artefatos literários tornados imagens : a imagética romanesca como poética das imagens narrativas em romances gráficos
Fecha
2022-05-18Registro en:
ANDRADE, Maria Aline de. Correia artefatos literários tornados imagens: a imagética romanesca como poética das imagens narrativas em romances gráficos. 2022. 327 f., il. Tese (Doutorado em Literatura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Andrade, Maria Aline de
Institución
Resumen
A partir do final do século XX e início do XXI, o mundo ocidental, de forma geral,
tem sofrido constantes e grandes influências no seu modo de fazer literatura, impulsionadas
tanto pelo modo de ver o mundo (que se modifica a todo instante) quanto pela revolução
tecnológica e digital que presenciamos até os dias atuais. Essas evoluções têm impelido não
somente uma literatura calcada no verbal, mas principalmente outros fazeres narrativos que
prezam pelas imagens narrativas em seus elementos composicionais mais essenciais, como
acontece com os romances gráficos de nossos dias. A partir dessas reflexões, nossa pesquisa
demonstra como os elementos desses objetos de pesquisa estão inter-relacionando-se, tanto
em seu escopo verbal (quando estiver presente) quanto imagético, para a criação de
literariedades iconotextuais e de afigurações pictóricas (que são próprias de textos com
características dialógicas). Para esses certames, utilizamos a metodologia da crítica dialógica,
a partir de autores como Bakhtin e Luciano Ponzio, conjuntamente aos estudiosos de
quadrinhos que concorreram para os nossos desenvolvimentos, como Groensteen, Alary,
Cirne, Chinen, Vergueiro, Ramos entre outros. Com o estabelecimento do fato de que as
relações entre os elementos de constituição de um romance gráfico para a construção de seus
sentidos são singulares e complexas, propomos como neologia o termo Imagética
Romanesca para a denominação dessas inter-relações de sentidos quando providas de
características dialógicas. Para que a imagética romanesca fosse demonstrada, nosso corpus
foi constituído pelo romance gráfico espanhol Berço de corvos (2010), da autoria de Zaragoza
e Plà, instituído aqui como nosso estudo de caso. Como leituras complementares às
possibilidades da imagética romanesca, trazemos as obras Cais (2016), da autoria de Janaína
de Luna e Pedro Cobíaco, A guerra do reino divino (2001), de Jô Oliveira, e as três obras
mudas de Suzy Lee, Onda (2008), Espelho (2009) e Sombra (2010). Assim esperamos
demonstrar que a imagética romanesca possa ser entendida como a poética das imagens
narrativas em romances gráficos atuais, a qual demonstre os seus possíveis fatores de
literariedade em obras de arte como o são os romances gráficos de nossos dias.