Tesis
A geografia eleitoral das milícias : um estudo exploratório dos candidatos à Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Fecha
2022-08-02Registro en:
LINS, Igor Novaes. A geografia eleitoral das milícias: um estudo exploratório dos candidatos à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 2022. 116 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Lins, Igor Novaes
Institución
Resumen
Essa dissertação pesquisa a distribuição espacial dos votos dos candidatos à Câmara Municipal
do Rio de Janeiro que estão supostamente ligados às milícias na capital, durante as eleições
municipais ocorridas entre 2000 e 2016. O problema de pesquisa busca investigar se existe um
padrão de votação comum entre os candidatos analisados. O objetivo é entender se o apoio das
milícias aos candidatos se reverteu em voto nessas regiões e se o perfil da votação desses
parlamentares é mais concentrado nas regiões de milícias. Para isso, foi utilizada uma
abordagem quantitativa e exploratória, a partir da análise de autocorrelação espacial. Desse
modo, o trabalho busca contribuir com as discussões sobre geografia eleitoral e formas de poder
local e o institucionalismo, correntes tradicionais da ciência política, e dar suporte às prematuras
discussões sobre crime organizado e política. Utiliza-se a tipologia proposta de Barry Ames
para verificar a existência de um tipo de votação concentrado ou disperso e dominante ou
compartilhado. Os resultados indicam um tipo de votação compartilhado. Por outro lado, não
se conseguiu verificar um padrão no outro eixo relativo aos votos concentrados ou dispersos
por limitações metodológicas da unidade de espacial de análise adotada. É observado uma
correlação espacial entre os candidatos ligados aos grupos criminosos de Gardênia Azul e da
Liga da Justiça. Do lado teórico, conclui-se que as milícias utilizam estratégias políticas de
organizações políticas como partidos políticos, movimentos sociais e grupos de pressão. Por
fim, nota-se um processo de institucionalização das milícias através da “autoridade prática”,
das ideias e do legado institucional dos grupos de extermínio.