dc.description.abstract | Introdução: A vacinação é uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde
pública no Brasil. A organização da política nacional de vacinação da população brasileira
é de responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações, que tem por missão o
controle, eliminação e erradicação de doenças imunopreveníveis no país. Em se
tratando da população indígena, a Secretaria Especial de Saúde Indígena é responsável
pelas ações de imunização e outras ações de atenção primária e vigilância, executadas
por 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). A avaliação das coberturas vacinais
em áreas indígenas também é um indicador de qualidade dos serviços de saúde
ofertados, e diante da dificuldade inerente a toda cadeia logística que envolve a
vacinação, desde o deslocamento e armazenamento seguro do imunobiológico, quanto
ao próprio ato da vacinação, justifica-se a realização desse estudo, para avaliação das
coberturas, homogeneidade e tendências vacinais em crianças indígenas aldeadas
menores de cinco anos de idade por DSEI e consolidado do Brasil. Objetivos: Descrever
as coberturas vacinais e homogeneidade de vacinação e analisar as tendências das
coberturas vacinais em crianças indígenas aldeadas menores de cinco anos por Distrito
Sanitário Especial Indígena e Brasil, no período de 2012 a 2019. Métodos: Realizou-se
um estudo ecológico analítico de série temporal baseado nas coberturas vacinais para
as vacinas de rotina BCG, febre amarela, tríplice viral, poliomielite (VIP/VOP),
pneumocócica 10 valente, meningocócica C conjugada, penta e rotavírus humano e para
a vacina influenza, disponibilizada anualmente para a Campanha de Vacinação, em
indígenas aldeados menores de 5 anos de idade, no período de 2012 a 2019. As
coberturas vacinais foram calculadas para cada vacina, considerando como numerador
o número de doses administradas da vacina, dividido pela população alvo, multiplicado
por 100, a cada ano, por DSEI e para cada faixa etária. Também foram analisadas as
homogeneidades entre DSEI, a partir da divisão do número de distritos que alcançaram
a cobertura vacinal adequada, dividido pelo número de distritos com dados de
coberturas vacinais, multiplicado por 100. Cálculo realizado para cada vacina, por ano.
Para avaliação das tendências das coberturas vacinais por DSEI, foi utilizada a regressão
linear generalizada pelo método de Prais-Winsten, e a classificação das tendências foi
realizada a partir do nível de significância (p <0,05) em: estacionária (p > 0,05),
declinante/de decréscimo (p < 0,05 e coeficiente da regressão negativo) ou ascendente/
de crescimento (p < 0,05 e coeficiente da regressão positivo) das séries históricas.
Resultados: Como resultado das análises, foram demonstrados distintos padrões de
coberturas vacinais nas séries históricas, como também de tendências, entre os DSEI e
até mesmo variações em cada distrito no alcance de suas coberturas de vacinação. No
consolidado do Brasil, as coberturas vacinais das vacinas em menores de um ano de
idade, exceto a BCG (< 1 ano), ficaram abaixo das metas preconizadas em todos os anos
analisados. Para a faixa etária de 1 a 4 anos de idade, somente a vacina BCG permaneceu
com coberturas acima da meta em todos os anos, com uma tendência estacionária na
variação anual. Na análise de homogeneidade por vacina entre DSEI, a vacina com
melhor desempenho foi a BCG, para crianças menores de um ano de 1 a 4 anos de idade.
Conclusão: Foram identificadas diferentes situações de evolução e variação das
coberturas vacinais para cada vacina e DSEI. Para a maior parte das vacinas, as
coberturas ficaram abaixo do preconizado, com existência de baixas homogeneidades,
existindo, porém, distintos desempenhos entre os DSEI a depender da vacina e faixa
etária analisadas. Apesar do estudo não permitir avaliar a oportunidade de vacinação, é
possível verificar que melhores coberturas vacinais foram alcançadas entre crianças de
1 a 4 anos de idade em comparação aos menores de 1 ano de idade. Para os diferentes
resultados encontrados, há de se levar em consideração as peculiaridades de cada
região coberta pelos DSEI, e dificuldades encontradas para a execução das atividades de
vacinação. Por isso, ter conhecimento situacional das coberturas vacinais e o
desempenho local, a nível de polos-base e aldeias, para identificação do alcance das
coberturas vacinais e dos fatores que levam ao alcance ou não das coberturas vacinais
são necessários. Assim como existe a necessidade de se mapear no país, a nível de
municípios e serviços de saúde as razões para as quedas de vacinação no Brasil, também
se faz necessária a realização de novos estudos, primeiro que permitam entender
localmente o alcance das CV e também entender as diversas realidades enfrentadas,
que possam indicar as necessidades locais e direcionamento do planejamento e das
ações a serem desenvolvidas visando o alcance e manutenção de elevadas coberturas
vacinais da população indígena. | |
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