Tesis
Recuperação vagal em pacientes com doença de Parkinson : a contribuição do metaborreflexo muscular
Fecha
2022-10-03Registro en:
PEIXOTO JÚNIOR, José Rafael. Recuperação vagal em pacientes com doença de Parkinson: a contribuição do metaborreflexo muscular. 2022. 42 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Peixoto Júnior, José Rafael
Institución
Resumen
A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo comum, classicamente
caracterizado não só por sintomas de comprometimento motor como apresenta importantes
comprometimentos não motores como, por exemplo, alteração na modulação autonômica cardíaca.
Existem evidências para a atividade atenuada de ambas as alças autonômicas (ramos simpático e
parassimpático) em situações de repouso e exercício físico em pacientes com DP. No entanto, até
o momento, são desconhecidas as possíveis diferenças entre pacientes com DP, sujeitos idosos e
sujeitos jovens (todos do sexo masculino) na rápida reativação vagal cardíaca imediatamente após
a interrupção do exercício isométrico de preensão manual (EIPM) e início da isquemia pós
exercício (IPE). Neste estudo, foi testada a hipótese de que, em comparação com sujeitos idosos e
jovens, os pacientes com DP apresentam uma recuperação mais lenta da frequência cardíaca (FC)
imediatamente após a interrupção do EIPM e início da IPE devido a uma reativação vagal cardíaca
atenuada. Participaram do estudo, 11 pacientes com DP (66 ± 2 anos; Hoehn e Yahr score: 2 ± 1
a.u.; tempo desde o diagnóstico: 7 ± 1 anos), 9 sujeitos idosos pareados por idade (66 ± 3 anos) e
10 sujeitos jovens (21 ± 1 anos). Os indivíduos realizaram 90 segundos de EIPM a 40% da
contração voluntária máxima (CVM), seguido de 3 minutos de IPE. A FC batimento-a-batimento
e a Pressão Arterial (PA) (fotoplestimografia) foram medidas continuamente durante o
experimento. Os dados da recuperação da FC foram calculados considerando a diferença absoluta
da FC no final do EIPM e nos primeiros 30 segundos da IPE. A FC aumentou significativamente
no final do EIPM em todos os grupos pacientes com DP, sujeitos idosos e sujeitos jovens (Δ11 ± 5
vs. Δ10 ± 7 vs. Δ30 ± 15 beats.min−1; P < 0.001; respectivamente). Porém, foi observado maior
aumento em sujeitos jovens comparado a pacientes com DP e sujeitos idosos. Em resumo, pacientes
com DP e sujeitos idosos pareados por idade apresentaram reativação vagal atenuada quando
comparados aos sujeitos jovens, indicando recuperação mais lenta da FC após o EIPM (Δ-10±5 vs.
Δ-14±6 vs. Δ-26±8 batimentos.min−1 aos 30s; P<0,001; para pacientes com DP, controles
pareados por idade e indivíduos jovens, respectivamente) e, a queda média da PA foi semelhante
entre os grupos na cessação do exercício (Δ-16±10 vs. Δ-17±12 vs. Δ-13±10 mmHg. para pacientes
com DP, controles pareados por idade e indivíduos jovens, respectivamente). Ao contrário da nossa
hipótese, pacientes com DP não possui a recuperação mais lenta da FC imediatamente após o término do EIPM e início da IPE comparado com sujeitos idosos pareados por idade, sugerindo
que a reativação vagal não foi mais afetada pela presença de DP.