Tesis
Poéticas circenses contemporâneas : intermedialidades e o coletivo instrumento de ver
Fecha
2019-04-01Registro en:
PIEDADE, Julia Henning Campos. Poéticas circenses contemporâneas: intermedialidades e o coletivo instrumento de ver. 2018. 173 f., il. Dissertação (Mestrado em Arte)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Piedade, Julia Henning Campos
Institución
Resumen
Esta dissertação investiga poéticas circenses contemporâneas a partir da identificação das
intermedialidades propostas pelo coletivo artístico brasiliense Instrumento de Ver. As artes
circenses, na pluralidade de suas manifestações, vêm propondo, ao longo de diferentes
períodos históricos, uma abertura para a variedade de abordagens de diferentes mídias.
Considero, então, as mídias, como modos de expressão e objetos que organizam, transportam,
guardam ou alteram a nossa percepção de mundo, participando como meios para a produção
de sentido. Partindo do princípio de que a relação do artista com os dispositivos circenses, ou
seja, seus aparelhos e objetos, é crucial para o circo, proponho uma análise desta relação. Para
isso, no primeiro capítulo, volto o olhar para as transformações do circo desde o nascimento
do circo moderno, passando por termos comumente utilizados para nominar mudanças
significativas do circo no último século, como Novo Circo, circo tradicional e circo
contemporâneo. É nesse contexto que trago, no segundo capítulo, o percurso do coletivo
Instrumento de Ver desde a sua criação, em 2002, me aprofundando nos processos criativos de
O Que Me Toca é Meu Também (2012) e Geringonça (2016). O terceiro capítulo aborda os
conceitos de mídia e intermedialidade como ferramentas operativas para a abordagem crítica
desses dois processos e obras, cuja análise de suas intermedialidades acontece no quarto e
último capítulo. Dialogo com artistas e teóricos das artes circenses como os brasileiros
Ermínia Silva e Gilmar Rocha, os franceses Phillipe Goudard e Jean Michel Guy, dentre
outros, assim como com alguns autores pesquisadores dos estudos da mídia, dentre eles os
brasileiros Adalberto Müller e Marta Isaacsson, o canadense Éric Méchoulan, os portugueses
José Maria Mendes e Filipa Chambel, o alemão Jurgen Müller e outros que foram importantes
aliados para uma compreensão desses conceitos e contextos. Faz parte da minha escolha,
portanto, observar como as mídias estão presentes e se relacionam nos processos criativos do
coletivo Instrumento de Ver. Proponho um olhar para a materialidade das mídias e para o
espaço criado na relação entre elas, tratado dentro da perspectiva da intermedialidade.