Tesis
Modelagem de Dados de Sensoriamento Remoto para o Mapeamento Digital de Solos e Índice Relativo de Umidade dos Solos do Distrito Federal
Fecha
2021-12-01Registro en:
NOVAIS, Jean de Jesus. Modelagem de Dados de Sensoriamento Remoto para o Mapeamento Digital de Solos e Índice Relativo de Umidade dos Solos do Distrito Federal. 2021.251 f., il. Tese (Doutorado em Agronomia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Novais, Jean de Jesus
Institución
Resumen
Estudiosos ao redor do mundo reconhecem que as ações antrópicas têm intensificado as variações
nos fenômenos naturais na Terra. Os efeitos do chamado aquecimento global são cada vez mais
perceptíveis em nível regional. O uso e ocupação indiscriminada das terras, a alta demanda por
alimentos e água podem levar a diversos problemas socioeconômicos e ambientais como degradação
do solo, assoreamento de corpos hídricos, aumento na ocorrência de queimadas e a crises de
abastecimento de água, como a ocorrida no Distrito Federal (DF), Brasil, entre 2015 e 2017. Portanto,
estudos com foco em solo e água podem subsidiar ações de gestão racional desses recursos. Nesse
contexto, esta pesquisa teve como objetivo desenvolver uma metodologia que inter-relacione classes
pedológicas com a dinâmica da água na superfície dos solos por meio de geotecnologias. Os
procedimentos envolveram três etapas, as quais: a) mapeamento digital de solos (MDS), b) compilação
de um índice relativo de umidade do solo (IRUS) e c) o cruzamento dessas informações cartográficas.
Para a primeira etapa, foram estabelecidas as relações pedomorfogeológicas em campo para
individualização de área e amostragem de solo, em que 173 perfis de solo foram designados para
modelagem multiespectral de solo ao longo de três superfícies geomorfológicas em uma série temporal
Landsat (1984 a 2020) construída por computação em nuvem. O segundo passo foi dedicado às
estimativas de umidade do solo, realizadas mediante a modelagem por aprendizado de máquina com
o algoritmo Random Forest aplicado aos dados dos satélites Sentinel-1 (radar) e Sentinel-2 (óptico),
além de atributos dos solos e do terreno. Os modelos dessa etapa foram calibrados por dados de
umidade gravimétrica medidos em 40 pontos, distribuídos em quatro setores do DF e extraídos
sincronicamente com a passagem do Sentinel-1 sobre a região. Esta etapa foi repetida dez vezes ao
longo de um ciclo pluviométrico (2019 a 2020) para o cálculo da variabilidade da umidade do solo na
série temporal. Posteriormente, a última fase dedicou-se à avaliação das classes de solo quanto aos
índices de umidade para discutir a influência das características diferenciais na variação da umidade
ao longo do ano. O MDS gerado atingiu 69% no índice Kappa, que é considerado uma precisão muito
boa. As estimativas de umidade do solo tiveram algumas limitações atribuídas à complexidade dos
dados de radar, que são afetados por vários fatores biogeofísicos, como vegetação densa e rugosidade
do terreno. No entanto, a sobreposição dos mapas possibilitou a compilação do IRUS, que apresentou
correspondência com o MDS durante a avaliação qualitativa e quantitativa. As diferentes capacidades
de manutenção da água nos perfis dos solos foram observadas de acordo com as propriedades e
atributos inerentes a cada classe. Essas informações são úteis na tomada de decisões quanto à
conservação ou manejo do solo sob a perspectiva da sustentabilidade.