Tesis
Obtenção, caracterização química, propriedades antioxidantes e antimicrobianas de extratos de polpas, sementes e folhas de passifloras silvestres para formulação de nanoemulsões
Fecha
2018-04-18Registro en:
GADIOLI, Izabel Lucena. Obtenção, caracterização química, propriedades antioxidantes e antimicrobianas de extratos de polpas, sementes e folhas de passifloras silvestres para formulação de nanoemulsões. 2017. xii, 133 f., il. Tese (Doutorado em Nutrição Humana)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Gadioli, Izabel Lucena
Institución
Resumen
Introdução: as passifloras são plantas estratégicas no contexto dos alimentos funcionais e fitoterapia. O objetivo do presente estudo foi caracterizar extratos de folhas, polpas e sementes de Passiflora alata e P. setacea, nativas do Cerrado, quanto à sua composição química e propriedades biológicas, para formulação de nanoemulsões. Métodos: frutos maduros e folhas de passifloras silvestres, nativas do Cerrado, foram colhidos. As folhas foram secas a 50°C por cinco dias e depois pulverizadas. A partir dos frutos, obtiveram-se as polpas e as sementes, com o auxílio de uma despolpadeira. O preparo dos extratos de folhas foi realizado por infusão. Os extratos de polpas e sementes foram preparados com etanol e acetona 70%, a 80°C, por 30 minutos. Os extratos foram submetidos à liofilização. As nanoemulsões foram formuladas pelo processo de inversão de fase por temperatura (PIT). No experimento 1, os extratos de polpas, folhas e sementes de passifloras silvestres foram caracterizados quanto à sua composição em compostos fenólicos, aminas bioativas e aminoácidos, bem como avaliadas as atividades antioxidante e antimicrobiana. Os extratos com melhores resultados seguiram para o experimento 2, que visou a formular nanoemulsões de extratos de polpas e sementes de passifloras. Para isso, foram realizados testes de caracterização, estabilidade, além de avaliação das atividades antioxidante e antimicrobianas. Resultados: As sementes de P. setacea apresentaram maiores quantidade de compostos fenólicos (4.754,6 mg AGE/100 g MF), taninos (645,3 mg PB2E/100 g FW) e atividade antioxidante. Foi realizada a tentativa de identificação de 15 compostos fenólicos, compreendidos em 10 flavonoides e cinco ácidos fenólicos. A dosagem e identificação dos aminoácidos resultou num total de 16, dos quais 9 eram essenciais. A poliamina espermina só foi quantificada na polpa de P. alata, que também apresentou a maior quantidade de espermidina (1,6 mg/100 g FW). A concentração inibitória mínima das polpas e sementes variou de 0,5 a 8,0 mg/mL. Foi observada atividade bactericida nas sementes, contra E. coli (4,0-8,0 mg/mL). As nanoemulsões apresentaram diâmetro hidrodinâmico pequeno, menor que 30 nm, e índice de polidispersão baixo, menor que 0,2. O potencial zeta foi levemente negativo e variou de -0,6 a -0,8 mV para as polpas e -1,5 a -1,9 mV para as sementes. As nanoemulsões se mantiveram estáveis na maior parte do tempo do teste de estabilidade. A avaliação da atividade antioxidante das nanoemulsões demonstrou que os extratos potencializam sua atividade quando na escala manométrica, exceto o extrato de semente de P. setacea, que manteve a mesma atividade antioxidante. Os resultados de MIC das nanoemulsões não foram satisfatórios. Conclusão: as passifloras apresentaram boa qualidade em compostos fenólicos, aminas bioativas e aminoácidos, principalmente as sementes de P. setacea, com elevadas atividades antioxidante e atividade antimicrobiana. A nanoemulsificação dos extratos das passifloras foi um processo viável e contribuiu para manter a estabilidade dos compostos bioativos e melhorar a atividade antioxidante dos extratos.