Tesis
Aprendizagem Baseada em Problemas na formação policial : o caso da Escola Superior de Polícia Civil do Distrito Federal
Fecha
2020-05-26Registro en:
AMARAL, Marcelino de Andrade. Aprendizagem Baseada em Problemas na formação policial: o caso da Escola Superior de Polícia Civil do Distrito Federal. 2019. 126 f, il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Amaral, Marcelino de Andrade
Institución
Resumen
No Brasil, pouca atenção é dada às orientações trazidas pela Matriz Curricular Nacional para os Órgãos de Segurança Pública (Matriz Curricular Nacional), publicada em 2014, sobre práticas de ensino a serem utilizadas em academias de polícia. O documento da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública aponta para a efetivação de um currículo voltado para uma abordagem por competências e enfatiza que são as situações problematizadoras, utilizadas como metodologia de ensino, que possuem a capacidade de mobilizar saberes e gerar esquemas de ação para guiar o agir em diferentes situações da prática profissional. Diante desse contexto, este estudo teve como objetivo investigar a percepção dos cursistas da primeira pós-graduação em segurança pública oferecida pela Escola Superior de Polícia Civil do Distrito Federal (ESPC) quanto à utilização da metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na formação policial como estratégia de ensino e de aprendizagem preconizada pela Matriz Curricular Nacional. Buscou-se, com os objetivos específicos: identificar a convergência entre as orientações teórico-metodológicas da Matriz Curricular Nacional e os fundamentos da ABP encontrados na doutrina especializada; e identificar a percepção dos cursistas da primeira pós-graduação em segurança pública oferecida pela ESPC, entre 2018 e 2019, sobre a aplicação da metodologia ABP na formação policial. A construção teórica apoiou-se primordialmente em Mamede et al. (2001), Schmidt (1993), Souza e Dourado (2015), Cambi (1999), Leite e Afonso (2001) e Leite e Esteves (2005), doutrina especializada em ABP; e Werth (2009, 2011) e Makin (2016), autores da área da formação policial. Quanto ao percurso metodológico, a pesquisa utilizou a abordagem qualitativa, com estudo de caso único, aplicação de entrevistas individuais semiestruturadas e revisão bibliográfica, como instrumento de coleta de dados, os quais foram tratados, apresentados e analisados de forma qualitativa. O recorte do campo de pesquisa foi a primeira pós-graduação em segurança pública oferecida pela ESPC entre os anos de 2018 e 2019. Para esta pesquisa, foram entrevistados seis policiais cursistas da pós-graduação em referência, sendo cada um de uma categoria funcional própria: uma delegada de polícia civil, um perito criminal, um agente de polícia civil, um escrivão de polícia civil, um agente policial de custódia e um papiloscopista policial. Para tratamento e análise das entrevistas foi realizada a transcrição e sistematização das falas coletadas. Os resultados da investigação revelaram que a metodologia ABP aplicada à formação policial estimula a autonomia intelectual e é capaz de desenvolver competências que promovem a mobilização de saberes para agir em diferentes situações da prática profissional. Nesse sentido, acredita-se que estudos futuros sobre a utilização da ABP em cursos on-line voltados à formação policial podem ser de grande valia à complementação do presente trabalho.