Tesis
Acurácia da reação em cadeia de polimerase em tempo real para o diagnóstico da hanseníase em diferentes fases do sangue periférico : um modelo diagnóstico e de disseminação do Mycobacterium leprae
Fecha
2022-08-18Registro en:
SCALIA, Ana Claudia Negret. Acurácia da reação em cadeia de polimerase em tempo real para o diagnóstico da hanseníase em diferentes fases do sangue periférico: um modelo diagnóstico e de disseminação do Mycobacterium leprae. 2022. 70 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Scalia, Ana Claudia Negret
Institución
Resumen
Acredita-se que a hanseníase é a doença infectocontagiosa mais antiga da
humanidade e até os dias de hoje, é um problema público de saúde mundial. Segundo a OMS,
161 países relataram dados sobre a doença em 2019 e o total de novos casos atingiu 202.256.
O Brasil, país englobado no grupo prioritário de controle à doença, no mesmo ano, notificou
27.864 incidentes, sendo destes 2.351 classificados com Grau de Incapacidade Física - GIF 2
e 1.545 casos infantis. Uma vez que o diagnóstico da enfermidade é exclusivamente clínico e
que os exames laboratoriais hoje existentes servem apenas como instrumento de auxílio, é
importante desenvolver uma ferramenta diagnóstica que seja menos invasiva, pouco onerosa
para os cofres públicos e que possibilite a confirmação do quadro clínico relatado pelo
médico. Este estudo propõe a detecção do Mycobacterium leprae nos diferentes componentes
do sangue total periférico, por meio da Reação em Cadeia de Polimerase em tempo real e a
quantificação da bactéria. A população de estudo consistiu nos pacientes com suspeita de
hanseníase, atendidos no Hospital Universitário de Brasília, compreendidos no período de um
ano entre junho de 2020 e junho de 2021, totalizando 111 pacientes, sendo 55 diagnosticados
positivamente para hanseníase, conforme orientações do Ministério da Saúde, e 56 suspeitos,
mas não diagnosticados, como sendo controles. Após a obtenção do soro, plasma,
concentrado de hemácias e células mononucleares do sangue periférico, os mesmos foram
submetidos à extração de DNA por meio de kit comercial Purelink Genomic da Thermofisher
Scientific. Para a padronização dos controles positivos e reação da curva padrão de
quantificação, foi confeccionado o alvo genético RLEP do genoma da micobactéria. A qPCR
foi feita de forma qualitativa e quantitativa utilizando os primers RLEPBR F -5’ –
CTTGCACCATTTCTGCCGCT – 3’ e RLEPBR R – 5’ – TGCGCTAGAAGGTTGCCGTA
– 3’. Dos participantes diagnosticados clinicamente com hanseníase, 52,73% eram do sexo
feminino, a idade média foi de 44,33 anos e nenhum era contactante. Dos participantes do
grupo controle, 50% eram do sexo masculino, a idade média foi de 45,11 e 48 eram
contactantes. Pela classificação do quadro clínico, 1 participante era indeterminado, 5
tuberculóide-tuberculóide, 8 dimorfo-tuberculóide, 18 dimorfo-dimorfo, 11 dimorfovirchowiana, e 12 virchowiana-virchowiana. Quanto ao GIF, 17 pacientes eram GIF 1, 15 GIF
2 e 23 GIF 0. Quanto aos resultados biomoleculares, a sensibilidade foi baixa correspondendo
a 11,54% no soro, 7,31% no plasma, 9,26% nas células mononucleares do sangue periférico,
9,80% no concentrado de hemácias e na baciloscopia de 38,18%. Entre os pacientes
paucibacilares, a maior sensibilidade foi para o soro e para o concentrado de hemácias e entre
os multibacilares a maior sensibilidade foi encontrada no soro. A baixa sensibilidade
encontrada nos resultados indica que o sangue periférico não é um material consistente para
diagnosticar a hanseníase.