Tesis
Panorama do tratamento da acromegalia em centro terciário de referência do Distrito Federal : desfechos clínicos, impacto orçamentário e acessibilidade à dispensação de medicamentos aplicando os sistemas de informações geográficas
Fecha
2018-10-22Registro en:
DANTAS, Lara Benigno Porto. Panorama do tratamento da acromegalia em centro terciário de referência do Distrito Federal: desfechos clínicos, impacto orçamentário e acessibilidade à dispensação de medicamentos aplicando os sistemas de informações geográficas. 2017. 131 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Dantas, Lara Benigno Porto
Institución
Resumen
Introdução: A acromegalia é uma doença rara com elevada morbimortalidade, cujo manejo é complexo e dispendioso. Dados epidemiológicos nacionais sobre desfechos terapêuticos nas condições da “vida real” são escassos, assim como estudos econômicos capazes de auxiliar na alocação de recursos financeiros e no planejamento orçamentário para melhor definir estratégias de tratamento pela rede pública de saúde. Informações sobre acessibilidade geográfica à dispensação de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde também são pouco conhecidas. Objetivos: Descrever os principais desfechos clínicos da terapêutica, em longo prazo, dos pacientes portadores de acromegalia acompanhados em centro de referência para tratamento da doença no Brasil; estimar o impacto orçamentário quando comparados diferentes cenários para o tratamento; realizar uma análise espacial dos pacientes submetidos ao tratamento farmacológico quanto à distância do domicílio aos centros de dispensação de medicamentos e avaliar se a acessibilidade geográfica impactou no controle hormonal. Métodos: Análise de dados retrospectivos de 111 pacientes acompanhados na Unidade de Neuroendocrinologia do Hospital Universitário de Brasília, entre janeiro de 1980 a março de 2015; estudo de impacto orçamentário que comparou os custos da realização de cirurgia hipofisária transesfenoidal em relação ao tratamento continuado com octreotida LAR; análise espacial dos pacientes usuários de análogos de somatostatina (AS) por meio do software de Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS, ESRI, Redlands, CA. Resultados: Verificou-se que 25,2% (n = 29) dos pacientes estavam curados, 40,6% (n = 44) com doença controlada e 34,2% (n = 38) com doença ativa, após um período de seguimento de 8,9 ± 6,4 anos. Maior idade (RP = 1,03, p = 0,0196) e realização de somente uma intervenção (RP = 4,24, p< 0,0001) associaram-se a cura nos pacientes submetidos à cirurgia. A taxa de controle obtida nos pacientes em tratamento farmacológico (n = 76) foi de 58% (n = 44) após um período de 5,8 ± 3,8 anos. O percentual de normalização hormonal foi maior nos pacientes em terapia adjuvante (67%) versus primária (45%) (p = 0,0394). O estudo de impacto orçamentário demonstrou que a ampliação da cobertura da cirurgia para dois procedimentos/mês poderia trazer uma economia de aproximadamente R$ 2.781.026,35 em 3 anos, quando este cenário foi comparado ao uso continuado de octreotida LAR na dose de 30mg a cada 28 dias. No tocante à análise espacial, não houve diferença estatisticamente significativa quanto à distância da residência em relação à respectiva farmácia de dispensação de medicamentos e a obtenção ou não de controle (p = 0,7616). Conclusões: Somente um quarto dos pacientes apresentou critérios de cura. A análise de impacto orçamentário demonstrou que poderia haver importante redução de custos se houvesse investimento na realização de cirurgia hipofisária. A distância entre o domicílio e o centro de dispensação de medicamentos, quando avaliada de forma isolada, parece não ter impacto na obtenção de controle hormonal.