Tese
Elucidação dos mecanismos de integração de minicírculos de kDNA de trypanosoma cruzi no genoma do hospedeiro
Fecha
2022-10-03Registro en:
MORAES, Aline Silva. Elucidação dos mecanismos de integração de minicírculos de kDNA de trypanosoma cruzi no genoma do hospedeiro. 2022. 132 f., il. Tese (Doutorado em Patologia Molecular) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Moraes, Aline Silva
Institución
Resumen
A doença de Chagas (DC), infecção tropical causada pelo parasita Trypanosoma cruzi (T.
cruzi), afeta de 6 a 8 milhões de pessoas no mundo. Ainda não existe um tratamento adequado
para a doença na sua forma avançada e a causa para síndrome chagásica severa não está muito
bem estabelecida. Acredita-se que fenômenos de transferência lateral de minicírculos de
kDNA (minikDNA) estejam envolvidos no desenvolvimento das manifestações clínicas e que
vesículas extracelulares (VEs) de T. cruzi sejam o principal veículo de transferência dessas
moléculas para o genoma da célula. Sabe-se que os minikDNA se integram preferencialmente
em regiões de retroelemento LINE -1 e que sequências de minikDNA foram encontradas no
genoma de células somáticas e de tecidos tais como o tecido cardíaco e do intestino. No
entanto, ainda não foram descritos quais os tipos celulares mais permissivos à integração de
minikDNA e quais os mecanismos envolvidos na dinâmica de integração dessas moléculas no
genoma hospedeiro. Dessa forma, a análise de integração pelo método de quantificação de
kDNA e nDNA por qPCR permitiu-nos verificar que diferentes linhagens celulares foram
permissivas à integração de sequências de minikDNA, sendo as células HEK 293 e Caco 2 as
mais permissivas. Verificamos também que VEs de T. cruzi contêm minikDNA na
conformação de dupla fita. A infecção por T. cruzi em células HEK 293 aumentou a
expressão de retroelemento LINE-1, principalmente às 72 horas pós-infecção. O uso de
inibidores de transcriptase reversa inibiu a integração reforçando a hipótese de que os
retroelementos LINE-1 têm um importante papel na integração do kDNA. Inibidores de vias
de reparo, histona deacetilase (HDAC) e síntese de purina, também inibiram a integração do
kDNA. Vale ressaltar que a expressão reduzida para os genes envolvidos nos mecanismos de
checkpoint e vias de reparo no DNA, tais como p53, ATM, XP-A e XP-V, impediram a
integração do kDNA. Assim, conclui-se que a integração do kDNA parece depender do pleno
funcionamento da maquinaria de reparo do DNA. Desse modo, postulamos que a integridade
das vias BER, NER, HR, NHEJ possa ter alguma relação com a permissividade à integração
dos minicíruclos de kDNA, pois essas vias influenciam na atividade dos retroelementos.