Tesis
Caracterização dos padrões temporais da cobertura da terra da bacia do Rio Araguaia
Fecha
2018-12-20Registro en:
MARTINS, Pedro Ribeiro. Caracterização dos padrões temporais da cobertura da terra da bacia do Rio Araguaia. 2018. 32 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Martins, Pedro Ribeiro
Institución
Resumen
A bacia do Rio Araguaia está localizada no Brasil Central e apresenta uma ampla diversidade
de paisagens naturais, além de comportar uma importante zona de transição entre os biomas
Cerrado e Amazônia. Uma grande planície aluvial se estende por todo o médio Araguaia, onde
se forma a maior ilha fluvial do mundo e um conjunto de áreas úmidas que são essenciais na
regulação do balanço hídrico e climático, e para a biodiversidade local. No Brasil, essas áreas
têm sido constantemente ameaçadas principalmente devido a expansão da fronteira agrícola e
do desmatamento, associados a emissões significativas de dióxido de carbono para atmosfera.
O monitoramento e a detecção de mudanças ambientais se tornam cada vez mais amplos, no
entanto, pouco se sabe sobre a variabilidade espaço-temporal do ciclo do carbono nessas
áreas. A produtividade primária da vegetação é um dos processos mais relevantes para avaliar
o balanço global de carbono e mudanças climáticas em escala regional e global, podendo ser
estimada através de dados de sensoriamento remoto. O objetivo deste estudo foi compreender
o papel do relevo e da cobertura da terra sobre a sazonalidade anual da produtividade primária
bruta na bacia do Araguaia. Os dados primários corresponderam aos dados topográficos, mapa
de cobertura da terra e os dados de produtividade primária bruta (GPP) gerados a partir de
uma série temporal de 15 anos do produto MOD17A2HV6 do sensor Moderate Resolution
Imaging Spectroradiometer (MODIS). Observamos que as pastagens apresentam distribuição
ampla e heterogênea em toda a bacia do rio Araguaia, enquanto as áreas agrícolas
concentram-se principalmente em topografias relativamente antigas, altas e planas, que podem
representar um fator negativo para a conservação da região. Formações campestres e
savânicas apresentam menor contribuição para o montante de sequestro de carbono, porém
boa parte dos estoques de carbono no bioma Cerrado não se encontra no compartimento
aéreo da vegetação, o que poderá ser abordado em estudos futuros. As áreas florestais
apresentaram as maiores médias anuais de GPP ao longo do período, provando ser uma
componente chave para estimar o sequestro de carbono em escalas regionais e globais.