Dissertação
Caracterização molecular de hepatozoon detectados em canídeos domésticos e silvestres no Distrito Federal
Fecha
2022-07-22Registro en:
FERNANDES, Thais de Oliveira. Caracterização molecular de hepatozoon detectados em canídeos domésticos e silvestres no Distrito Federal. 2022. 59 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Animais) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Fernandes, Thais de Oliveira
Institución
Resumen
Hepatozoon spp. é um protozoário que infecta uma variedade de carnívoros domésticos e
selvagens. Devido à dificuldade de obter maiores fragmentos do agente, informações a respeito
da caracterização molecular são imprescindíveis para compreender qual espécie do gênero está
presente no pais. Foram testadas amostras de sangue total de cães domésticos e silvestres com
suspeita de hemoparasitoses ou suspeita prévia para Hepatozoon spp. Inicialmente foi realizada
uma triagem das amostras para o gênero Hepatozoon spp., onde 22 amostras foram positivas e
submetidas a caracterização molecular usando ensaios convencionais de PCR com outros
quatro conjuntos de oligonucleotídeos do gene 18S rDNA. Cinco amostras positivas em todos
os conjuntos foram submetidas ao sequenciamento e após trimagem e análise de qualidade
geraram sequências do gene 18S rDNA de Hepatozoon canis. Posteriormente, foi obtida uma
árvore filogenética, com cerca de 1.300 nucleotídeos por amplicon, por análise bayesiana
utilizando fragmentos parciais do gene 18S rDNA de 58 isolados de H. canis. Para construção
das redes de haplótipos, foram utilizadas 68 sequências oriundas tanto do banco de dados
GenBank como do presente estudo. Três das sequências obtidas se caracterizam como os
maiores fragmentos de isolados brasileiros já detectados em Canis lupus familiaris. Na árvore
filogenética, as três sequências de cães domésticos (ID-3, ID-4 e ID-5) e uma sequência de
raposinha-do-campo, um canídeo silvestre (ID-2) se agruparam no mesmo clado que reúne os
outros isolados de H. canis. Esses três isolados de cão doméstico do Distrito Federal não
formaram um grupo monofilético, mas se mostraram mais próximos filogeneticamente, além
disso, encontram-se em uma posição mais basal em relação às outras sequências de H. canis. O
isolado da raposinha-do-campo mostrou-se, filogeneticamente mais distante dos outros três
isolados de cães domésticos identificados no presente estudo. As duas redes construídas, uma
avaliando filogeograficamente os isolados e outra correlacionando os seus hospedeiros,
mostraram a existência de 10 haplótipos no Brasil, dentre eles, o haplótipo H10, o segundo
maior haplótipo brasileiro identificado, que apresenta nove isolados sendo três deles as
sequências de cães domésticos deste estudo. A sequência do canídeo silvestre (raposinha-docampo), agrupou-se no haplótipo H5, juntamente com mais duas sequências, tendo como
hospedeiros desses isolados as espécies Tapirus terrestris e Lycalopex vetulus. A análise
bayesiana revelou a existência mais provável de dois grupos genéticos no Brasil de H. canis,
com a indicação de fluxo gênico desse agente no país.