Tesis
Uso de Bacillus spp. para o controle de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum e Meloidogyne incognita no algodoeiro (Gossypium hirsutum)
Fecha
2017-10-06Registro en:
MONTALVÃO, Sandro Coelho Linhares. Uso de Bacillus spp. para o controle de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum e Meloidogyne incognita no algodoeiro (Gossypium hirsutum). 2016. xv, 170 f., il. Tese (Doutorado em Fitopatologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Montalvão, Sandro Coelho Linhares
Institución
Resumen
O algodoeiro é uma das espécies mais cultivadas no mundo. A cotonicultura brasileira tem destaque, ocupando o 5o lugar entre os produtores mundiais e 3o como exportador. Apresenta a maior média de produção por área cultivada (~5t/ha) em sequeiro no mundo. As pragas e doenças podem comprometer a produtividade. Assim, duas doenças merecem destaque, a meloidoginose (Meloidogyne incognita raças 3 e 4) e a murcha de fusário (Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum), pois podem ser destrutívas às plantas, tanto isoladamente como em associação. A dificuldade de se fazer um controle eficiente, é devido à capacidade dos patógenos de parasitarem uma ampla gama de hospedeiros e terem grande persistência no solo, dificultando o controle através de tratos culturais como a rotação de cultura e até mesmo a utilização de tratamentos químicos. A busca por alternativas como o uso de Bacillus sp. no controle de doenças de plantas é justificada. Assim, o objetivo geral desse trabalho foi selecionar e caracterizar estirpes de Bacillus antagonistas a M. incognita e F. oxysporum f. sp. vasinfectum (Fov). Para tanto, foi realizado um ensaio in vitro com 11 estirpes de Bacillus thuringiensis para verificar a atividade tóxica a Caenorhabditis elegans, e posteriormente contra J2 de M. incognita, em laboratório e em casa de vegetação. Também foram testados quatro produtos biológicos (Onix, Rizos, NemaControl e Nemix) e carbofuran – (Furadan 350 SC) para o controle de M. incognita em casa vegetação. Para isso, foi instalado um ensaio em delineamento inteiramente casualizado com seis repetições por tratamento e uma planta por vaso. Foram inoculados os ovos e eventuais J2 do nematoide, 20 dias após a emergência das plantas e as seguintes variáveis foram avaliadas: altura (cm), peso fresco da parte aérea (g), peso seco da parte aérea (g), peso fresco de raiz (g), peso seco de raiz (g) e fator de reprodução (FR). Para a histopatologia, foi selecionado o produto Onix (Bacillus methylotrophicus) inoculado em sementes de algodão. Vinte dias após a emergência das plântulas foi inoculada uma suspensão de J2 de M. incognita. As avaliações foram realizadas entre 2 e 45 dias após a inoculação, com o cálculo de fator de reprodução, acompanhamento da penetração de J2 durante os 12 primeiros dias após a inoculação dos nematoides e cortes histopatológicos da raiz para acompanhar o desenvolvimento do parasita. Para a realização dos ensaios de seleção de Bacillus contra Fov, foi realizada uma seleção prévia do meio de cultura, onde diferentes concentrações de meio EMBRAPA e meio BDA foram avaliadas. Nos testes de antagonismo, foi proposta uma escala de notas para facilitar as avaliações, onde com os testes e o auxilio da escala foram avaliados 178 isolados de Bacillus e selecionadas 13 estirpes para os ensaios de metabólitos solúveis em água e metabólitos voláteis. Por fim, foi realizado um teste em casa de vegetação para avaliar a eficiência dos isolados selecionados in vitro, onde as sementes de algodão foram sanitizadas, microbiolizadas com micélio e esporo de Fov colocadas em bandejas com substrato, inoculadas com os tratamentos e conduzidas em casa de vegetação por 25 d. Quatro estirpes de B. thuringiensis tóxicas a C. elegans também apresentaram atividade de controle in vivo sobre M. incognita; o produto Onix reduziu aproximadamente 50% o FR de M. incognita; para os testes de antagonismo contra Fov, as estirpes de Bacillus, GF267, S1301, S1823, S1967, S2535 e S2536 foram selecionadas.