Tesis
O agrohidronegócio do pivô central no estado de Goiás : expansão, espacialização e a consequente degradação do subsistema de Veredas
Fecha
2017-04-24Registro en:
MARTINS, Renato Adriano. O agrohidronegócio do pivô central no estado de Goiás: expansão, espacialização e a consequente degradação do subsistema de Veredas. 2017. xix, 205 f., il. Tese (Doutorado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Martins, Renato Adriano
Institución
Resumen
O processo de ocupação moderna, o qual vem ocorrendo no domínio do bioma Cerrado, a partir da década de 1970, em decorrência da descoberta de novas tecnologias que possibilitou a redução da acidez do solo, somado aos intensos investimentos e incentivos concedidos pelo poder público federal e estadual, desencadeou um processo de conversão da vegetação original, que vem sendo substituída, de forma muito rápida, pelas práticas da monocultura agroexportadora, sendo que, nos últimos anos, a incessante busca por lucros cada vez maiores fez o agronegócio procurar técnicas que possibilitem maximizar os lucros e para tal, procura-se produzir nas diferentes épocas do ano. Nesse sentido, as práticas agrícolas se modernizaram utilizando a técnica de irrigação, com a intensa apropriação dos recursos hídricos, denominado agrohidronegócio. Para tal prática, utilizou-se, principalmente, pivô central tipo aspersão, que tem alavancado a produção e em decorrência, os lucros elevaram-se ao máximo. Contudo, o aumento exacerbado dessa prática, tem provocado vários impactos ambientais negativos no bioma Cerrado e por consequência, nas suas fitofisionomias, com destaque para o subsistema de Vereda, ambiente que, quando preservado, é de grande importância para o equilíbrio hídrico. Nos últimos anos, referido sistema tem sido substituído por reservatórios destinados ao abastecimento do pivô central. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou, primeiramente, evidenciar a expansão do agrohidronegócio do pivô central no Estado de Goiás desde a implantação das primeiras unidades ocorridas na primeira metade da década de 1980 até o ano de 2016. Também pesquisou-se a distribuição espacial do pivô central pelos municípios e pelas bacias hidrográficas de quinta ordem no estado de Goiás no ano de 2016. Para finalizar, intentou-se, principalmente, comprovar de forma quantitativa, a real contribuição dos reservatórios construídos para o abastecimento do pivô central, na degradação do subsistema de Vereda. Para alcançar tal objetivo, utilizaram-se os seguintes procedimentos metodológicos: a revisão bibliográfica, a pesquisa de campo, dados SIG’s no formato vetorial, provenientes do Macrozoneamento Agroecológico e Econômico do Estado de Goiás; escala original de 1:100,000; imagem de satélite LANDSAT – MSS datadas dos anos de 1982; LANDSAT – TM datadas dos anos de 1986, 1991, 1996, 2001, 2006 e 2001; Além de imagem Resourcesat – 2datada de 2016. A pesquisa revelou uma contínua expansão do agrohidronegócio do pivô central no território goiano, sendo duas primeiras unidades implantadas no ano 1982. Já no ano de 2016 existe em Goiás um total de 3.244 unidades de pivô central instaladas e distribuídas em 151 municípios goianos. Esse aumento vertiginoso, sem a devida fiscalização e planejamento ambiental, tem provocado graves impactos negativos na APP (Área de Proteção Permanente) de Vereda. Tal fato ocorre em virtude dos reservatórios, que são utilizados no abastecimento dos pivôs, serem construídos sobre o ambiente de Vereda, levando-o a morte. O trabalho de campo revelou que, de um total de 50 locais de capitação escolhidos aleatoriamente para visitação, 44% foram construídos em ambiente de Vereda. Em decorrência, faz-se necessário rever o processo de ocupação a que vem sendo submetidas essas áreas, buscando sua preservação para resguardá-las, podendo, assim, cumprir seu importante papel de proteção ambiental e equilíbrio dos recursos hídricos.