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Os sujeitos invisíveis da Educação de Jovens e Adultos brasileira : um estudo sobre a apropriação do migrante na recente produção acadêmica educacional brasileira : II seminário internacional
Fecha
2019Registro en:
Autor
Souza, Rodrigo Matos de
Lazarini, Twila
Moreira, Mateus Gomes
Marinho, Paulo
Institución
Resumen
A Educação de Jovens e Adultos brasileira parece ter encontrado ao longo de sua história uma representação estável para seu sujeito-educando: a do adulto em busca de alfabetização. O que faz com que por vezes o campo confunda-se com o tema da alfabetização e, no senso comum, educacional sejam tratados como sinônimos. Apesar desse estável senso comum, o perfil da EJA vem mudando significativamente, juvenilizando-se e acolhendo outros grupos identitários que confrontam a representação mais frequentemente utilizada para se referir aos sujeitos dessa modalidade educativa. O último desafio a essa representação parece ser a inscrição dos sujeitos migrantes na modalidade educativa. Na última década, o Brasil tem-se transformado em destino de migrantes de várias partes do mundo, se o fenômeno ainda não chama a atenção como na recente migração subsaariana e síria à Europa, diz mais sobre o caráter aberto às migrações irregulares por nossas fronteiras, do que sobre a quantidade de pessoas, pois remonta aos milhares todos os anos. Este estudo tem como objetivo apresentar levantamento, sistematização e debate do processo de apropriação desenvolvido pela pesquisa em educação sobre o fenômeno migrante, com recorte específico na Educação de Jovens e Adultos, seus contornos e vazios, nos últimos cinco anos. Utiliza como base teórico-metodológica os estudos de Apropriação, que buscam entender o processo de consumo conceitual que determinada formulação passa em sua inscrição num determinado campo de estudo, região ou país. Do ponto de vista teórico adentraremos as diferentes tradições dos estudos de migração, em especial os conceitos de migração sul-sul, migração irregular, fluxos migratórios e fronteira, bem como os esforços pós-coloniais no sentido de tentar compreender como nossas pesquisas tentam informar e debater a presença do migrante em nosso sistema educacional. Concluiremos propondo, num exercício cuasi conjectural, algumas provocações que auxiliem o campo na tentativa de compreender melhor a temática recém-inscrita na pesquisa educacional nacional.