Tesis
Efeitos do teor de gipsita na microestrutura de pastas de cimento LC3
Registro en:
MOREIRA, Christian. Efeitos do Teor de Gipsita na Microestrutura de Pastas de Cimento LC3 . 2020. 184 f., il. Tese (Doutorado em Estruturas e Construção Civil)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Moreira, Christian
Institución
Resumen
A sociedade tem exigido da indústria cimenteira soluções para minimizar a emissão
de CO2 causada pelo processo de fabricação de cimento Portland. A utilização de materiais
cimentícios suplementares (MCS’s) substituíndo parte do clinquer é uma das opções mais
viáveis para reduzir a emissão desse poluente. O cimento LC3
é um novo tipo de cimento que
utiliza altos teores de MCS, contando com a reação sinérgica entre argila calcinada e fíler
calcário para obter resistências mecânicas similares às dos cimentos tradicionais. Esta
pesquisa se propôs a investigar a influência do conteúdo de gipsita nas propriedades da
microestrutura de cimentos LC3
, tendo em vista que o fator que mais restringe a maciça
utilização de MCS é a queda da resistência mecânica nas primeiras idades, fator
marcantemente influenciado pelo teor de gipsita. Na primeira etapa da pesquisa os materiais
foram obtidos e caracterizados. Na segunda etapa da pesquisa foram produzidos 21 cimentos
com variação dos tipos de MCS e teores de gipsita. O tempo de pega de cada cimento foi
investigado. Posteriormente foram produzidas argamassas com relação água/cimento de 0,48.
O espalhamento das argamassas foi padronizado com superplastificante. Foram moldados 6
corpos de prova para cada idade de análise (1, 3, 7, 28 e 91 dias). Os corpos de prova foram
rompidos e suas resistências à compressão foram levantadas. Na terceira etapa utilizaram-se
seis dos cimentos da Etapa 2, sendo 3 deles de referência e 3 deles LC3
com variação no teor
de gipsita (3, 5 e 7%). Foram produzidas pastas destes cimentos e sua microestrutura foi
analisada utilizando ensaios de resistência à compressão, reometria rotacional, calorimetria
isotérmica, DRX, TG/DTG e porosimetria. Os maiores valores de resistência mecânica
obtidos na etapa 2 foram os dos cimentos que utilizaram argilas calcinadas com maiores
teores de caulinita e fíleres calcários com maiores teores de cálcio. O teor de gipsita que
conduz a maiores valores de resistência mecânica nas primeiras idades foi o de 5% (1, 3 e 7
dias). Nas idades finais (28 e 91 dias) foi o de 7%. Com relação aos resultados da etapa 3 da
pesquisa, de forma geral pode-se afirmar que o teor de gipsita altera as propriedades
microestruturais dos cimentos LC3
especialmente nas primeiras idades, devido às mudanças
ocorridas na cinética das reações. Os diferentes fenômenos de hidratação (produção de C-S-
H, reação pozolânica e reação sinérgica entre argilas calcinadas e fíleres calcários) se
interpolam e influenciam nas taxas de produção de Portlandita, fases AFm e etringita. O teor
de gipsita não deixa de ter uma influência, embora menor, na microestrutura das pastas nas
idades tardias.