dc.description.abstract | Este estudo tem por objetivo investigar os processos de reflexividade em produção de
significados e constituição do self nas práticas sociais e usos da rua pelos jovens, mediados
por fatores de risco-vulnerabilidade e protetores pessoal-social, em contextos de pobreza. O
deslocamento dos jovens, pelas ruas da cidade, traduz-se em interesse de pesquisa sobre a
movimentação humana em que o ato de caminhar amplia os espaços e fronteiras, concretas e
subjetivas, como condição de expansão do self, formação, resistência e emancipação do
sujeito. Os jovens significam o espaço rua em diferentes modos de socialização e
apropriações, em interpretações de si, nas dinâmicas intersubjetivas. Referencia-se a pesquisa
na psicologia cultural com ênfase nos processos de produção significados e defende-se que
histórias narradas fornecem organização, auto-regulação e sentido ao sujeito. As vivências de
eventos de ruptura biográfica envolvem produção de raciocínio autobiográfico, em dinâmicas
de reflexividade, que podem gerar mudanças de percepção e interpretações de si em
desenvolvimento de coerência temporal, intencional e temática, em sistemas dialógicos, como
habilidade para orientar e regular o eu da experiência, em cronotopos, em desenvolvimento de
autoria de pensamento e emancipação. O estudo enfoca as trajetórias de vida de adolescentes
pobres traçados nos circuitos de bairro de periferia de uma cidade de porte médio, no eixo Rio
- São Paulo. A pesquisa está orientada pela epistemologia qualitativa com foco na narrativa de
história de vida que foram submetidas à análise dialógico-temática. A reflexividade implica
em interpretações ético-estéticas, geradas no entre eu-outro, em cronotopos situados em
diferentes ambivalências, nas trajetórias que indicam maior força ou seu enfraquecimento em
atuações resilientes críticas. Vivências de ruptura autobiográfica que geraram transições
produzem: a) maior grau de reflexividade em desenvolvimento de resiliência crítica, entre
fatores de risco e protetores, avançando na produção de agencialidade, oportunizada por atos
dialógicos de respeito e empatia, e b) menor grau de reflexividade quando em deslocamento
entre cronotopos pouco heterogêneos, orientadas a restrições de recursos culturais.
Reflexividade indicou dependência e independência simultâneas entre subjetividade e
contextos específicos, que em coexistência de vivências de risco e protetoras, ora reforçam
relações de poder desiguais ora o desenvolvimento de agencialidade como possibilidade de
emergência de práticas culturais genuinamente novas. Vivências, em zonas de contato eu-
outro, com qualidade de trocas de perspectivas diferenciam a experiência e integram
enunciados orientadas à auto-regulação e ação criativa direcionadas à um futuro melhor.
Facilitam, portanto, o enfrentamento de situações adversas e imprevisíveis em
desenvolvimento de habilidades relevantes em, por exemplo, saber buscar espaços e pessoas
possíveis em ajudar; reconhecer fragilidades e capacidade de decisão sobre o que promove
bem-estar; ter conhecimento sobre motivos que os limitam ou os impulsionam a caminhos
nem sempre protetivos. O enfrentamento as rupturas ou pontos de virada será mais ou menos
facilitada em desenvolvimento de resiliência crítica quando em segurança de suportes e
recursos culturais e cognitivo-afetivos. | |
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