Tesis
A glaciação neoproterozóica na porção sul do cráton do São Francisco e suas litofácies nas regiões de Jequitaí-MG e Cristalina-GO
Fecha
2021-12-03Registro en:
CUKROV, Neven. A glaciação neoproterozóica na porção sul do cráton do São Francisco e suas litofácies nas regiões de Jequitaí-MG e Cristalina-GO. 1999. ix, 104 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 1999.
Autor
Cukrov, Neven
Institución
Resumen
Diamictitos e rochas associadas neoproterozóicas da Formação Jequitaí, presentes nas regiões de Jequitaí e Cristalina registram uma sedimentação gláciomarinha. A idade para esta glaciação tem sido considerada entre 900-700 Ma. A descrição das litofácies de diamictitos reconhecidas para essas regiões consideraram os diamictitos maciços e estratificados. A associação de diamictitos
maciços incluem nas suas descrições a proporção de seixos em relação a matriz e a granulometria da matriz que varia de argila a areia. Estas litofácies foram interpretadas como sedimentos glacio-marinhos depositados em frente da galeria. Duas litofácies arenosas (quartzitos) foram reconhecidas como intercalações nas litofácies de diamictitos. Os quartzitos maciços são interpretados como produto final de um túnel no gelo sub-aquatico e os quartzitos com laminações cruzadas indicam uma sedimentação mais distai da frente do gelo. Litofácies de granulometria fina (pelitos) intercalam-se na Formação Jequitaí. Ocorrem como camadas centimétricas na região de Jequitaí e em espessos pacotes na região de Cristalina, que são interpretados como fácies de águas mais profundas com reduzida influência glacial. Uma litofácies de conglomerados com fragmentos de quartzitos em matriz arenosa é reconhecida preenchendo as irregularidades do pavimento estriado, sugerindo ser esta a única litofácies preservada do evento glacial formador do pavimento estriado. As litofácies de diamictitos que recobrem
estes conglomerados e o pavimento estriado, incluem diamictitos maciços em matriz silitica-argilosa pobre em seixos interpretados como fácies glácio-marinho. Duas associações de fácies não glaciais (metassiltitos e calcários) pretencentes
ao grupo Bambuí foram encontrados em Jequitaí. Análise de isótopos estáveis dos clastos de calcários e dolomitos dos
diamictitos mostraram valores de ô13C (PDB) entre -0.577 e -2.109 %0, enquanto que os carbonatos da matriz apresentam valores de ô13C (PDB) entre -2.109 até - 3.087 %0. A pouca diferença entre os dados dos clastos e matriz, sugerem que estes calcários tenham sido depositados durante o evento glacial, em curtos períodos interglaciais, cujo tempo seja insuficiente para haver mudança na composição isotópica. Os calcários do Grupo Bambuí apresentam valores de ô13C (PDB) entre +8.952 até +10.534 %0 que comparando com outros dados sugere que a região da cidade de Jequitaí deve ter sido um alto durante a começou da sedimentação do Grupo Bambuí, e que ali a sedimentação começo tardiamente. A ausência da fácies de glaciação continental e a grande espessura dos sedimentos encontrados sugerem que as fácies preservadas nas áreas estudadas sejam as glácio-marinhos. Os pavimentos estriados e os conglomerados podem ser únicos testemunhos da uma glaciação continental.