Tesis
Correlação da qualidade do colostro com a recuperação uterina pós-parto em vacas da raça Girolando
Fecha
2019-09-11Registro en:
SOUZA, Tiago Mendonça de. Correlação da qualidade do colostro com a recuperação uterina pós-parto em vacas da raça Girolando. 2019. xviii, 50 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Animais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Souza, Tiago Mendonça de
Institución
Resumen
O colostro é a primeira linha de proteção da glândula mamária e é essencial para a resposta imunológica sistêmica de bezerros recém-nascidos. Em bovinos, todos os tipos de células envolvidas na resposta imune, estão também na glândula mamária sofrendo alterações nas diferentes etapas da gestação. A involução uterina e o retorno da ciclicidade da vaca no pós-parto dependem essencialmente das células de defesa. Objetivou-se com o presente estudo, verificar se existe correlação entre a qualidade do colostro, involução uterina e retorno da ciclicidade. Foram avaliadas 49 vacas da raça Girolando, sendo 63% destas 1/2 sangue Holandês (GS1 n=31), e 37% 3/4 Holandês e 1/4 Gir (GS2 n=18), desde o início da gestação até o retorno à ciclicidade. Foram avaliados os parâmetros densidade (mg Ig/ml), pH e proteína (%) do colostro, escore de condição corporal, produção de leite (kg), involução uterina (dias), retorno à ciclicidade (dias) e desempenho dos animais que pariram no verão e inverno. As vacas do grupo GS1 eram todas pluríparas e foram classificadas em dois extratos: 2-3 partos e 4-5 partos, já o grupo GS2 foi composto por vacas primíparas e pluríparas de 1 parto e de 2-3 partos. Não se verificou correlação entre a qualidade do colostro com involução uterina e retorno à ciclicidade, porém foi possível observar que as vacas do grupo GS1 foram superiores ao grupo GS2 na produção de leite (média de 19,14 kg x 16,90), no retorno à ciclicidade (70,97 x 88,11 dias) e na menor perda de ECC (escore de condição corporal) pós-parto (0,76 x 1,17), respectivamente. Quanto a concentração de proteína total (%), não houve diferença entre os dois grupos. Os animais de alta produção foram mais precoces no retorno à ciclicidade (65,91 dias x 87,31) e ainda tiveram menor perda de ECC (0,71 x 1,06) quando comparados com os de média produção. As vacas que pariram no inverno tiveram melhor desempenho na involução uterina (24,56 x 32 dias), retorno à ciclicidade (58,78 x 86,71 dias), e ainda tiveram maior produção de leite (21,04 kg x 16,44), quando comparadas com as paridas no verão. No grupo GS2 as vacas primíparas foram mais tardias no retorno à ciclicidade (99,33 x 76,89 dias), tiveram menor produção (18,44 x 15,36 kg) do que as vacas de 2-3 partos. Pelos resultados observados no sistema de produção de leite avaliado, não foi confirmada a hipótese da correlação entre a qualidade do colostro com a involução uterina e o retorno à
ciclicidade. Os animais do grupo GS1 foram superiores (tiveram maior produção de leite, ciclaram mais precocemente, e perderam menos ECC do pré-parto ao retorno à ciclicidade), atribuindo estes resultados possivelmente ao fato dos animais 1/2 sangue possuírem vigor híbrido máximo.