Tesis
A tradição do romance picaresco e a obra de Jorge Amado
Fecha
2020-02-19Registro en:
DIAS, Denise. A tradição do romance picaresco e a obra de Jorge Amado. 2019. 305 f. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Université Rennes 2, Brasília, 2019.
Autor
Dias, Denise
Institución
Resumen
A presente pesquisa propõe-se a analisar o romance de Jorge Amado,
Os velhos marinheiros ou o capitão-de-longo-curso, de 1961, tomando como eixo
condutor o diálogo que o mesmo estabelece com a tradição literária picaresca.
Objetiva-se situar a obra amadiana no prolongamento da tradição picaresca,
identificando as características que ela incorpora do gênero e a maneira como ela as
transforma, contribuindo para o surgimento do romance neopicaresco no Brasil.
Revisita-se o surgimento do gênero picaresco na literatura espanhola e sua
sobrevivência na literatura ocidental, com a finalidade de examinar sua adaptação a
um outro contexto, o do cenário baiano do Brasil do século XX, com suas
especificidades sociais, históricas e culturais. Recorre-se ao conceito de
carnavalização de Bakhtin como um dos elementos fundamentais para a
compreensão do processo de transformação operado pela produção neopicaresca
brasileira. Evoca-se, eventualmente, outros romances do autor - A morte de a morte
de Quincas Berro Dágua (1961) e Dona Flor e seus dois maridos (1966) - sempre
que necessário para esclarecer os aspectos da cosmovisão carnavalesca na obra
amadiana. A perspectiva comparada apoia-se, igualmente, nos conceitos de
intertextualidade (Kristeva, Samoyault) e de transcriação (Haroldo de Campos), com
a finalidade de precisar a contribuição específica do romance amadiano à literatura
pícara moderna.