dc.description.abstract | Esta tese é composta por três capítulos organizados como três artigos independentes, mas
interligados por uma linha comum. O objetivo de pesquisa dos três capítulos compreende o
estudo da mudança estrutural e da interconexão entre os setores do sistema econômico e seu
impacto no crescimento da produtividade e no crescimento econômico. Para tanto, o primeiro
capítulo estuda o modelo de crescimento desbalanceado de Baumol (1967) usando um
arcabouço Pasinettiano de mudança estrutural. Dessa forma, seguindo a contribuição de
Notarangelo (1999), mostra-se que o modelo de dois setores de Baumol pode ser visto como um
caso especial do modelo Pasinettiano de mudança estrutural [Pasinetti (1981, 1993)]. Ademais,
segue-se a sugestão de Notarangelo (1999), e o modelo é estendido para um número arbitrário
de setores. Com efeito, é possível aferir sob quais hipóteses setoriais de oferta e demanda os
resultados de Baumol se mantém válidos. Por fim, seguindo a pesquisa de Oulton (2001), é
incluída no modelo a presença de bens intermediários, o que pode reverter as conclusões do
modelo, como estagnação econômica e de produtividade. Além disso, mostra-se que o modelo
de Oulton (2001) também pode ser visto como um caso particular do modelo Pasinettiano. O
segundo capítulo é composto por uma investigação empírica sobre a taxa de crescimento da
produtividade setorial e agregada da economia brasileira entre 2000 e 2014. Para tanto, usa-se
o método da agregação de Domar [Jorgeson et al. (1987), Hulten (2009)], que afere os efeitos
diretos e indiretos da variação da produtividade de cada setor para a economia como um todo.
Considerando a economia agregada, conclui-se que a densidade, ou grau de interconexão entre
os setores da economia brasileira decresce a partir da crise de 2008, o que implica em uma
diminuição do potencial do canal indireto de progresso técnico. Com relação aos três macro
setores – indústrias manufatureiras, indústrias primárias e serviços – o setor com maior avanço
de produtividade médio foi o setor primário, entretanto este setor possui baixa densidade e,
portanto, pouco potencial de espalhar seu crescimento positivo para o restante da economia. O
setor manufatureiro, embora tenha sido o setor com maior grau de interconexão e potencial
propagador, apresentou taxas de crescimento de produtividade média negativa no período,
propagando, portanto, decrescimento de produtividade. O setor de serviços, por seu turno,
apresentou resultados intermediários, com baixo crescimento médio da produtividade e
densidade relativamente alta. Finalmente, no terceiro e último capítulo, partimos do modelo de
mudança estrutural de setores verticalmente integrados com crescimento desigual de Pasinetti
(1988), que tem inspiração sraffiana, mas permite que os setores cresçam em taxas diferentes.
Com efeito, modificamos a hipótese convencional de que os coeficientes de trabalho são fixos,
de modo que a mudança técnica das indústrias afeta o crescimento da produtividade dos setores
verticalmente integrados de forma explícita. Isso representa uma derivação formal que leva em
consideração as críticas de autores como Schefold (1987), Lavoie (1997) e Hagemann (2007).
Eles argumentam que a produtividade dos setores verticalmente integrados não deve ser vista
como independente uma da outra, uma vez que o crescimento da produtividade ocorre no nível
das indústrias. Nesse sentido, construímos uma medida formal de crescimento da produtividade
setorial em que o crescimento da produtividade do trabalho que advém das indústrias afeta os
setores verticalmente integrados que as compõem. Essa medida de crescimento da
produtividade também pode ser considerada como um substituto do inverso do máximo autovalor
do sistema Sraffiano, que não é mais válido no caso de crescimento desigual entre os setores.
Além disso, derivamos uma equação para a taxa de crescimento dos preços dos setores
verticalmente integrados de tal modo que os preços aumentem de maneira inversamente
proporcional ao progresso técnico setorial. | |
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