dc.description.abstract | O melanoma é o subtipo mais agressivo dos cânceres de pele, apresentando perfil de
resistência a múltiplas drogas e expressiva capacidade de metástase, que é a habilidade
de invasão e colonização de outros tecidos por células cancerosas. Inúmeros trabalhos
relacionaram atividade antiproliferativa, antimetastática, pró-apoptótica e reguladora de
ciclo celular de compostos naturais em células cancerosas. O ácido anacárdico (AA) é um
composto bioativo, derivado do líquido da casca de castanha de caju, com atividade
antitumoral descrita contra vários tipos de câncer, incluindo melanoma. O óleo de pequi
tem apresentrado atividade antioxidante e antitumoral em câncer de mama. A utilização
de nanoemulsões aperfeiçoa a aplicação de compostos hidrofóbicos em aumentando sua
biodisponibilidade. No entanto, estudos que abordam os efeitos do AA (análogo 15:0)
isolado e em combinação com nanoemulsão de óleo de pequi na proliferação celular (a
curto e longo prazo), nas principais estruturas celulares (mitocôndrias, lisossomos,
retículo endoplasmático, membrana plasmática) e em características metastáticas
(migração e invasão) das células de melanoma (B16F10) ainda não foram realizados;
portanto, esse é o objetivo do presente trabalho. A formulação de nanoemulsão de óleo
de pequi (PeNE) em combinação com AA foi realizada por utrassonicação e os
parâmetros de características físico-químicas foram analisado por DLS. A PeNE+AA
apresentou parâmetros de diâmetro hidrodinâmico igual a 166,24 ± 38,27 nm, índice de
polidispersão igual a 0,261 ± 0,024 e potencial zeta de -47,5 ± 10,6 mV. Os ensaios de
viabilidade, invasão e migração foram realizados pelas técnicas MTT, xCELLigence
RTCA e “scratch assay” respectivamente. Alterações nas organelas celulares e na
membrana celular foram determinadas por citometria de fluxo. As células expostas ao
tratamento com PeNe, AA, PeNe+AA por 24 e 48 horas mostraram uma redução dose- e
tempo-dependente significativa da viabilidade celular; inclusive com o grupo PeNe+AA
sugerindo efeito de sinergismo nesse ensaio. AA e PeNe+AA afetaram a proliferação
celular, reduziram tamanho celular, despolarização induzida da membrana mitocondrial,
permeabilidade da membrana do lisossomo e aumento da produção de ERO; no entanto,
nenhum estresse no retículo endoplasmático foi observado. Esses dados sugerem que o
AA induz a morte celular em células de melanoma por apoptose ou autofagia. Houve
diferença na porcentagem de células com membrana lesionada no grupo tratado com
PeNe+AA, indicando sinal de morte celular por apoptose tardia. Além disso, o tratamento
com AA e PeNe+AA interferiu significativamente nos padrões de migração e invasão das
células B16F10. Em resumo, nossos dados destacam o poder dos fitoquímicos como
moléculas adjuvantes na terapia do câncer e evidenciam o AA e a combinação com PeNE
como uma estratégia promissora a ser melhor estudada para aplicação clínica no futuro. | |
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