Tesis
Modelo conceitual das águas termais da região da Chapada dos Veadeiros (GO) : Estudos estruturais, hidroquímicos e isotópicos
Fecha
2020-07-06Registro en:
JUNQUEIRA, Tassiane Pereira. Modelo conceitual das águas termais da região da Chapada dos Veadeiros (GO) : Estudos estruturais, hidroquímicos e isotópicos. 2020. 101 f., il. Dissertação (Mestrado em Geociências Aplicadas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Junqueira, Tassiane Pereira
Institución
Resumen
O sistema geotérmico da Chapada dos Veadeiros é amagmático e controlado por falhas
regionais de idade estateriana, e inclui fontes hipotermais a hipertermais. Este estudo tem como
objetivo desenvolver um modelo conceitual do fluxo do sistema, a partir de dados hidroquímicos ,
estruturais e isotópicos. Os métodos consistiram em analisar dados estruturais, valores dos
isótopos 14C, 18O, deutério e trítio, além dos atributos hidroquímicos. De acordo com as
estatísticas estruturais, há três direções principais de fraturas: lineamentos N60-70E,
lineamentos N40W e N30E, além de estruturas regionais associadas aos sistemas das falhas
São Joaquim e Serra dos Cristais e suas zonas de danos. Os dados de composição química da
água indicam que as águas subterrâneas interagem com diferentes tipos de rochas: o Grupo 1
está associado ao quartzito (baixa mineralização total e pH ácido), Grupo 2 relacionado a
quartzito e ao conglomerado rico em cimento de carbonato (sólidos dissolvidos totais em torno
de 40 mg/L e pH próximo a 6,0) e Grupo 3 com águas que interagem com calcifilitos e lentes de
mármore (pH superior a 7,0 e TDS na ordem de 120 mg/L). Os dados de geotermômetros indicam
a presença de fraturas abertas até 1 km de profundidade, de forma a se explicar a existência das
águas subterrâneas mais quentes da região. A composição química da água corrobora com os
dados do geotermômetro, mostrando valores crescentes de pH e conteúdo de TDS à medida em
que se aumenta a distância entre as áreas de recarga e descarga. As temperaturas das águas
obtidas em fontes termais são controladas pela distância das áreas de recarga, profundidade de
circulação e misturas de água quente com infiltração local de água fria. As profundidades de
circulação da água obtidas neste estudo sugerem que o aquífero é controlado pelas falhas
profundas do rift estateriano Araí, posteriormente invertido durante a Orogênese Brasiliana
(Neoproterozoica), e reativada por processos neotectônicos (depois do Cretáceo). Para cada
grupo de água foi escolhida uma amostra de nascente característica para a análise isotópica,
além de uma amostra de poço tubular profundo. Para a análise isotópica de radiocarbono, foram
aplicados diferentes modelos de correção a fim de se determinar o valor mais adequado para a
idade das amostras. Os dados de trítio indicam que as amostras de nascente MV2 e TOC1 dos
grupos 2 e 3, respectivamente, são originárias do fluxo regional, sem mistura entre os
reservatórios. Para a amostra de poço tubular profundo e do grupo 1 (nascente), os valores de
0,9 e 0,64 unidades de trítio indicam mistura de fluxo regional e local. A amostra TOC1, referente
ao grupo 3, apresentou idade de 9.270 anos AP. O modelo de correção mais coerente aplicado
foi da IAEA, resultando em idade de 7.877 AP. A amostra MV2, referente ao grupo 2, apresentou
idade de 2.280 AP, sendo que o modelo de correção mais coerente aplicado foi o de Pearson,
com idade de 2.281 anos AP. A amostra SJ1, de poço tubular profundo, apresentou idade de
1.470 anos AP, que após correção redundou em idade de 1.352 anos AP. Os sinais dos isótopos
estáveis de deutério e de oxigênio 18 confirmam que houve longo tempo de interação água-
rocha. A combinação dos dados isotópicos e hidroquímicos confirmam a hipótese de regime de
fluxo hidrogeológico regional para explicar o hidrotermalismo da região estudada.