Tesis
Caracterização, gênese e correlação estratigráfica dos fosforitos da região de Coromandel – MG
Fecha
2019-08-22Registro en:
TELES, Lucas Santos Batista. Caracterização, gênese e correlação estratigráfica dos fosforitos da região de Coromandel – MG. 2019. [92] f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Teles, Lucas Santos Batista
Institución
Resumen
O depósito de fosfato de Coromandel situa-se no oeste do Estado de Minas Gerais e
ocorre inserido no contexto geológico da porção meridional da Faixa de Dobramentos Brasília,
mais precisamente na Formação Retiro, base do Grupo Vazante. Esse depósito é caracterizado
pela presença das fácies de siltitos fosfatados, fosforitos laminados e fosforitos brechados que
apresentam teores de P2O5 variando entre 2 a 34%.
Essas rochas fosfatadas ocorrem intrinsecamente relacionadas a diamictitos polimíticos,
arenitos conglomeráticos polimíticos e arenitos arcoseanos finos esbranquiçados depositados sob
influência glaciogênica, imprimindo controle no acúmulo anômalo de fosfato. A instalação de
um ambiente glaciotransicional, no qual as rochas rudáceas foram depositadas, seria responsável
pela geração das condições de alcalinidade, temperatura e oxirredução propícias para a
precipitação química direta de colofanita. Em adição, a baixa temperatura da água decorrente dos
episódios de degelo, funcionava como uma limitação ao desenvolvimento de organismos
metabolizadores de fósforo, o que resulta no enriquecimento do sistema em P2O5.
Tais parâmetros físico-químicos primordiais à precipitação fosfática somente foram
alcançados devido a característica restrita do ambiente genético da Formação Retiro. O contexto
lagunar, por sua vez, é totalmente vinculado a fisiografia complexa da bacia Vazante, onde
ocorre a intercalação entre ambientes marinhos de águas rasas e profundas.
A correlação estratigráfica com rochas glaciogênicas, os litotipos das fácies fosfatadas, os
teores de P2O5, além da maior complexidade da assembleia mineralógica e o discreto vínculo
geomorfológico distanciam o modelo metalogenético do depósito da Formação Retiro dos
demais existentes na Faixa Brasília. Desta forma, essas características peculiares permitem a
proposição de um modelo metalogenético individual do “Tipo Coromandel” para as rochas
fosfatadas da Formação Retiro.
Em consequência a essas características específicas do depósito “Tipo Coromandel”
existem na área de estudo vetores exploratórios que apontam para a proximidade da ocorrência
das rochas fosfatadas, incluindo a presença de rochas rudáceas, serras de silexitos, pelitos
laminados amarelados, geralmente bastante pedogenizados e intensamente vegetados, além da
forte associação com elementos traço, em especial o urânio e o tório, que resultam em anomalias
de gamaespectrometria.