dc.description.abstract | Esta pesquisa analisa o processo de aplicação e os resultados de uma proposta metodológica de teatro na Escola Parque Anísio Teixeira de Ceilândia, desenvolvida entre agosto de 2018 e agosto de 2020. A pesquisa parte da seguinte indagação: como o teatro pode ser usado como ferramenta para o diálogo de enfrentamento ao combate a violências, seja de gênero, racial, social ou tantas outras que ainda fazem parte do cotidiano? A partir de uma abordagem metodológica de pesquisa e montagem, promovo um estudo aprofundado sobre a diversidade voltada às questões de gênero e ao cenário educacional brasileiro. A pesquisa pretende discutir também o projeto de lei “Escola Sem Partido”, um projeto que tem o intuito de censurar professores ao debate e ao pensamento crítico, bem como refletir sobre o combate às estruturas ideológicas na Educação, pautada por fundamentalismos religiosos em convergência com a ascensão do neoliberalismo e da extrema direita no Brasil. Nesse intuito, uma proposta dramatúrgica foi construída a partir de fragmentos dos temas em um processo colaborativo com os estudantes: a peça Transcorpos. Durante a pesquisa, colocou-se a necessidade da formação de um coletivo teatral na escola, voltado à pesquisa, ao diálogo, criação e montagem do espetáculo. O Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, foi utilizado como meio de ação e reflexão sobre os temas abordados e, principalmente, na relação entre opressor e oprimido. Usando a técnica da Quebra da Repressão, o grupo refletiu, em cena, possíveis atitudes com o intuito de não aceitar passivamente a repressão imposta por seus opressores, pensando em uma melhor forma de exercer seu direito e cidadania. A partir da formação do grupo, várias parcerias foram criadas. Essas possibilidades ampliam o fazer teatral dentro da escola e aproxima ainda mais a comunidade escolar. Desse modo, apresento o relato de experiência do processo de formação do grupo e da peça Transcorpos, assim como seus desdobramentos para os fins desta pesquisa. | |