Tesis
Evolução Crustal da Faixa Sunsás, SW do Cráton Amazônico
Fecha
2021-04-07Registro en:
NEDEL, Ingrid Moerschberger. Evolução Crustal da Faixa Sunsás, SW do Cráton Amazônico. 2020. 196 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Nedel, Ingrid Moerschberger
Institución
Resumen
A Faixa Sunsas, SW do Cráton Amazônico, apresenta evolução crustal do Paleo - ao
Neoproterozoico e é área chave para o estudo dos múltiplos estágios e fases das orogenias
grenvillianas que resultaram na formação do Supercontinente Rodínia. O magmatismo
Paleoproterozoico registrado na faixa compreende complexos gnáissico -migmatíticos de 1,68 Ba
no seu domínio norte cujas relações químicas apresentam baixo enriquecimento dos ETR’s leves
sobre os ETR’s pesados, fortes anomalias negativas de Nb, Ta e Ti e altas razões iniciais
87Sr/86Sr (0.840). O embasamento do domínio sul da faixa é constituído por protólitos graníticos
de 1,95–1,85 Ba, além de pequenas contribuições de magmatismo juvenil em 1,34 Ba, com
padrões mais homogêneos dos elementos traços, fortes anomalias negativas de Nb, Ta e Ti e
maior fracionamento dos ETR’s pesados de oeste para leste do d omínio. A integração de dados
geocronológicos, geoquímicos, petrológicos e isotópicos demonstra intenso retrabalhamento
crustal do embasamento Paleoproterozoico da Faixa Sunsas, com contribuição de fontes juvenis
entre 1,42 e 1,35 Ba, associado à Orogenia San Ignácio em ambos os domínios. Novo período
de retrabalhamento e diferenciação crustal é registrado entre 1,17 e 1,04 Ba, marcado pela
pervasiva geração de leucossomas cálcio-alcalinos temporalmente relacionados às orogenias
“grenvillianas”, com pico da geração magmática em 1,08 Ba. O enriquecimento mineral
progressivo em Na (plagioclásio rico em Ca-Na) e Fe + Mg (biotita) do protólito Paleoproterozoico
até a formação do leocossoma granítico em 1,0 Ba também reflete os múltiplos processos de
recristalização em ambos os domínios. Idades U-Pb em monazita, K-Ar em biotita e Rb-Sr
sugerem um período de 1005 a ~935 Ma de atividade tectono-termal remanescente. Portanto,
os protólitos paleoproterozoicos do domínio sul da faixa podem ser correlacionad os ao Terreno
Rio Apa, enquanto o embasamento de c. 1,68 Ba indica retrabalhamento dos complexos Lomas
Manechis e Chiquitania no domínio norte. Além disso, a evolução geológica de 1,9 a 0,9 Ba
documentada na Faixa Sunsas é similar às registradas na Provínc ia Grenville (Laurentia) e
Província Sveconorwegian (Escudo Báltico). Logo, a Faixa Sunsas registra longo período de
acresções de diferentes fragmentos continentais associados a múltiplos processos de
diferenciação crustal. Além disso, representa importante elo geológico nas configurações e
modelos propostos para o amálgama de Rodínia.