Tesis
Contribuições para a química forense : sensores para explosivos, efeito de interferentes na análise de explosivos e avaliação da ozonólise como método de descontaminação de resíduos de incêndio
Fecha
2020-05-19Registro en:
MAURICIO, Filipe Gabriel Martinez. Contribuições para a química forense: sensores para explosivos, efeito de interferentes na análise de explosivos e avaliação da ozonólise como método de descontaminação de resíduos de incêndio. 2019. 126 f., il. Tese (Doutorado em Química)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Mauricio, Filipe Gabriel Martinez
Institución
Resumen
Este trabalho foi desenvolvido no contexto do projeto do Núcleo de Estudos em Química Forense (NEQUIFOR-CAPES) e propõe trazer diferentes contribuições para a área da química forense. Três problemas foram abordados neste trabalho e estão apresentados da seguinte forma: No Capítulo I, os mecanismos de supressão de sensores luminescentes para detecção de nitroaromáticos (NACs) foram avaliados. Foram testados três sensores luminescentes da literatura. Todos reportaram a presença do mecanismo de transferência de elétrons por fotoindução (PET). Diferentes experimentos demonstraram que o PET não é o principal mecanismo responsável pela redução da luminescência. Em vez disso, todos os sistemas apresentaram efeito filtro interno como mecanismo de supressão. Os testes também sugerem a inviabilidade desses sistemas para testes de triagem para NAC nas mãos de suspeitos devido à baixa seletividade, levando a falso-positivos. No Capítulo II, interferentes em materiais de coleta usados em análises de resíduos de explosivos inorgânicos foram avaliados por cromatografia iônica (CI). Dos 15 materiais de coleta testados, 13 apresentaram valores significativos de interferentes (i.e. Na+, K+, SO42-, NO3-, Mg2+ e Ca2+). Os materiais com maiores concentrações de interferentes identificados foram hastes de algodão (swabs), destinados a uso forense. Os resultados mostram a extrema necessidade de analisar previamente o “branco” dos materiais de coleta. Além disso, os materiais podem ser lavados para remoção dos interferentes utilizando ao menos três ciclos de limpeza. Por fim, o Capítulo III foi dedicado à avaliação da eficácia de armários ozonizadores na descontaminação de trajes de bombeiros. Os resultados mostraram que a ozonização em fase gasosa foi capaz de degradar apenas 14% e 36% de moléculas de pireno e 9-metilantraceno, respectivamente. Esses valores foram considerados baixos em comparação com outras metodologias disponíveis na literatura. Além disso, os resultados de espectrometria de massas por APCI/MS indicaram que as moléculas não foram totalmente degradadas, deixando resíduos de maior massa molecular ainda impregnadas no tecido de trajes. Assim, conclui-se que, nas condições estudadas, os armários ozonizadores não são indicados para a descontaminação de resíduos de incêndio em trajes de bombeiros.