Tesis
Anatomia da lâmina foliar de espécies de Mesosetum Steud. e afins (Poaceae, Arthropogoninae) e aplicações taxonômicas
Fecha
2019-12-27Registro en:
SILVA, José Geraldo Felipe da. Anatomia da lâmina foliar de espécies de Mesosetum Steud. e afins (Poaceae, Arthropogoninae) e aplicações taxonômicas. 2019. 130 f., il. Dissertação (Mestrado em Botânica)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Silva, José Geraldo Felipe da
Institución
Resumen
Mesosetum Steud. (Poaceae, Arthropogoninae) é um gênero Neotropical, com centro de diversidade no Brasil, que abriga 22 espécies, 12 das quais são endêmicas do país. Objetivou-se, no presente trabalho, realizar estudos anatômicos em lâminas foliares de diferentes espécies deste gênero visando a contribuir para sua taxonomia. Lâminas histológicas foram confeccionadas com secções transversais e preparações paradérmicas foliares de nove espécies de Mesosetum, além de Tatianyx arnacites (Trin.) Zuloaga & Soderstr. e Streptostachys asperifolia Desv., para fins comparativos. Todas as espécies estudadas receberam descrições anatômicas, acompanhadas de figuras ilustrativas. As espécies de Mesosetum distinguem-se umas das outras a partir da espessura relativa da célula buliforme central, formato e comprimento das células silicosas, presença de macrotricomas, microtricomas e espinhos, número de fileiras de estômatos por região intercostal, comprimento da célula interestomática, ângulo livre das células subsidiárias e sua largura em relação às células-guarda, número de feixes vasculares por lâmina, padrão vascular, travamento dos feixes de diferentes ordens, tipo de bainha nos feixes vasculares, formato da nervura central, características de seu feixe vascular de primeira ordem, presença de feixes de outras ordens e de medula, formato do bordo foliar e tamanho do esclerênquima no mesmo. Foi proposto um novo caráter, relacionando o feixe esclerenquimático do bordo foliar com o feixe vascular adjacente e sua ordem, que se mostrou um bom caráter taxonômico. As espécies de Mesosetum têm epiderme com células comuns mais longas, ausência de células fusoides, feixes vasculares até quarta ou mesmo quinta ordem e com uma bainha, enquanto S. asperifolia têm epiderme com células comuns mais curtas, um par de células fusoides por feixe vascular, feixes vasculares até terceira ordem e com duas bainhas. As espécies de Mesosetum têm epiderme com células buliforme maiores e em grupos com maior número, nervura central bem distinta das demais, feixes vasculares situados em um só nível e no meio da lâmina, enquanto T. arnacites apresenta epiderme com células buliformes bem menores e em grupos com menor número, nervura central semelhante às demais, feixes vasculares situados em 2-3 níveis e mais próximos da face adaxial da lâmina. A maioria das espécies analisadas apresentou um padrão vascular passível de ser representado por meio da fórmula vascular (FV). Foi elaborada uma chave de identificação para as espécies analisadas. Constatou-se que há um número expressivo de caráteres da epiderme que são úteis taxonomicamente e que este tecido apresenta características diferentes nas duas faces da lâmina foliar.