Tesis
O manejo florestal na Amazônia e a viabilidade financeira dos ciclos de corte
Registro en:
RODRIGUES, Maisa Isabela. O manejo florestal na Amazônia e a viabilidade financeira dos ciclos de corte. 2020. xii, 113 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Rodrigues, Maisa Isabela
Institución
Resumen
O Brasil é o maior produtor mundial de madeira de florestas naturais. Visando uma produção sustentável e continuada, o Estado instituiu o manejo florestal. Nesse contexto, esta tese apresentou como objetivo analisar a produção e o consumo da madeira produzida na Amazônia brasileira, bem como realizar a análise financeira e a avaliação do risco de diferentes iniciativas de manejo florestal, em primeiro e segundo ciclos de corte. A pesquisa foi estruturada em duas etapas: análise do comportamento do mercado de madeira nativa, abordada no Capítulo I, e avaliação de viabilidade financeira e risco de investimentos em manejo florestal em primeiro ciclo de corte (Capítulo II) e segundo ciclo de corte (Capítulo III). No Capítulo I verificou-se que a produção nacional de madeira nativa se concentra nos estados amazônicos, tendo a região sudeste como seu principal mercado consumidor. Verificou-se também que a produção não segue padrões sustentáveis, uma vez que os municípios com maior produção em 1990 não figuram entre os maiores produtores de madeira em 2018. Uma grande quantidade de madeira ilegal é inserida no mercado, e o sucesso do manejo florestal depende também do combate às atividades ilícitas, uma vez que a madeira manejada não consegue competir por preço com a madeira ilegal. Ao analisar a viabilidade financeira e o risco de investimentos em manejo florestal, foi verificada a inviabilidade financeira e o elevado risco das concessões florestais federal e estadual, tendo a baixa produtividade das áreas como fator principal para os resultados. Em contraposição, o manejo florestal comunitário apresentou viabilidade financeira e baixo risco, como consequência dos subsídios oferecidos à comunidade. A baixa produtividade das áreas manejadas em primeiro ciclo de corte é um fator preocupante, visto que o manejo florestal está
previsto para ser realizado em ciclos sucessivos. Ao analisar a viabilidade financeira e o risco do manejo florestal em segundo ciclo, foi constatado que o investimento é financeiramente inviável e com alto risco. O elevado número de árvores ocas e com pequenas dimensões somado à elevada ocorrência de espécies de baixo valor comercial foram os principais fatores responsáveis pelos resultados, pois ocasionaram baixa produtividade da área e menor valor de mercado ao lote de madeiras. Com isso, o período de 35 anos entre os ciclos de corte foi considerado suficiente para a recuperação do volume e uma nova intervenção, mas não para que a madeira manejada apresente viabilidade financeira. Nesse contexto, são indicados ciclos de corte maiores, de modo que a área manejada possa recuperar as características necessárias para o manejo florestal tornar-se financeiramente viável. Ao abordar questões econômicas e financeiras relacionadas ao manejo florestal, o trabalho apresenta importantes resultados para o setor, principalmente no que se refere à rentabilidade do manejo florestal em diferentes iniciativas, em primeiro e segundo ciclos se corte.