Tesis
Depressão e ansiedade como expressões da angústia existencial : uma perspectiva fenomenológica do sofrimento psíquico na pós-modernidade
Fecha
2021-04-23Registro en:
LIMA, Mariana Monção de. Depressão e ansiedade como expressões da angústia existencial: uma perspectiva fenomenológica do sofrimento psíquico na pós-modernidade. 2020. 119 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Lima, Mariana Monção de
Institución
Resumen
Tomando como ponto de partida a alta incidência da depressão e ansiedade na sociedade contemporânea, resultante na categorização destes fenômenos por parte da Organização Mundial de Saúde como “transtornos mentais comuns”, e considerando que cada sociedade produz formas específicas de sofrimento, este trabalho propõe investigar, sob uma perspectiva fenomenológica, as possibilidades subjetivas dadas em nossa época (pós-modernidade), a fim de identificar tendências que justifiquem o crescimento epidemiológico da ansiedade e depressão e de levantar possíveis estratégias clínicas de acolhimento e cuidado a sujeitos experienciando essas modalidades de sofrimento. Para tal, propomos identificar as principais características da pós-modernidade, sobretudo as apresentadas nas teorias de Bauman, Harvey, Berman e Lipovestky. Em seguida, buscamos apresentar a ontologia e método fenomenológicos, com ênfase no conceito de existência autêntica expresso em Heidegger e Sartre, a serem utilizados posteriormente como dispositivos de análise. Por fim, o método fenomenológico é aplicado aos critérios diagnósticos presentes nos manuais CID-10 e DSM-V, e articulamos as condições da pós-modernidade com a vivência das pessoas depressivas e ansiosas, tecendo considerações a respeito da existência na pós-modernidade. Nossas reflexões sugerem que o contexto sociocultural contemporâneo não é favorável ao desenvolvimento de uma existência plena de sentido, além de evidenciarem paralelos entre fatores estruturantes de nossa sociedade e as formas de sofrimento de interesse deste trabalho. Sugerimos, portanto, que a noção de existência autêntica possa ser utilizada como dispositivo clínico de cuidado, destacando a necessidade de repensar a prática clínica de forma a contemplar a influência dos fenômenos sociais na subjetividade dos indivíduos.