Tesis
Avaliação clínica e resultados anatomopatológicos da biópsia prostática guiada por ultrassom com agulhas de diferentes calibres : estudo prospectivo e randomizado
Fecha
2019-07-11Registro en:
SIFUENTES, Vitor Nogoceke. Avaliação clínica e resultados anatomopatológicos da biópsia prostática guiada por ultrassom com agulhas de diferentes calibres: estudo prospectivo e randomizado. 2019. 59 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Sifuentes, Vitor Nogoceke
Institución
Resumen
Introdução: A biópsia de próstata guiada por ultrassonografia é hoje o método padrão de diagnóstico do adenocarcinoma de próstata e tem sido usado como instrumento para definir a opção terapêutica a ser escolhida. Estudos apresentam índices semelhantes entre os níveis de complicações associados a diferentes calibres de agulha utilizados na biópsia, mas não foi bem definido se o calibre da agulha pode ocasionar alteração de estadiamento diagnóstico ou possibilidade de mudança na conduta terapêutica. Objetivo: Avaliar se o calibre da agulha utilizada pode alterar o diagnóstico e classificação do câncer de próstata, e avaliar as taxas de complicações após o procedimento. Método: Realizamos um ensaio clínico, randomizado, selecionamos indivíduos submetidos a biópsia prostática por ultrassonografia, com sedação e bloqueio anestésico periprostático, para rastreio de câncer de próstata no Hospital Universitário de Brasília durante o ano de 2018. Foram utilizadas agulhas de calibre 18 e 16 Gauge (G). Os pacientes foram avaliados 7 e 30 dias após o procedimento para verificação de sintomas associados (febre, hematúria, enterorragia, hematoespermia e dor) e foram analisados os resultados anatomopatológicos. Resultado: Foram 107 homens distribuídos em dois grupos, 50 pessoas no grupo que realizou a biópsia com agulha 16G e 57 indivíduos no grupo 18G. A média de idade foi de 67,09 ± 8,65 anos e a média de PSA de 15,07±18,95 ng/mL. Identificamos média de infecção de 4%, sendo 3 no grupo 16G e 1 no grupo 18G, hematúria em 48% dos pacientes, hematospermia em 24%, enterorragia em 32% e dor em 36% da amostra, sem diferença estatística entre os grupos (p>0,05). Obtivemos uma positividade dos fragmentos para adenocarcinoma de 28,67% para o grupo 16G e de 23,68% para o grupo 18G e de positividade por paciente de 62% no grupo 16G e 43,86% para o grupo 18G, p = 0,061. O grupo 16 G apresentou uma média de percentual de positividade nos fragmentos de 13,06 e o grupo 18G de 10,20. Foi verificada maior tendência a ocorrência de graus ISUP II a V no uso de agulhas 16G (60% dos fragmentos positivos) do que no grupo 18G (47,44% dos fragmentos positivos). Todas as medidas não apresentaram diferença significativa (p<0,05). Discussão: Não foi possível identificar diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, porém estudos com maior população poderão definir diferenças com maior acurácia. Observamos uma tendência entretanto a um maior diagnóstico, de tumores mais agressivos e com maior porcentagem de acometimento no fragmento. Essa série foi realizada com população usuária do Sistema Único de Saúde do DF, devendo-se ter cuidado ao extrapolar essa realidade para o contexto geral de pacientes. Obtivemos taxas de positividade para câncer de próstata assim como médias de PSA total bastante superiores a outros estudos da literatura. Percebemos nesse estudo altas taxas de diagnóstico de tumores de alto grau com ISUP > I, diferenciando-se de outro grupo na literatura médica. Conclusão: Observamos tendência a maior taxa de diagnóstico de fragmentos acometidos de câncer de próstata, com escores de Gleason de maior risco e com percentual de acometimento do fragmento maior. Porém, não foi possível determinar diferença estatística entre as amostras, possivelmente devido a amostra reduzida. Confirmamos os achados de outros estudos na literatura que mostraram perfil de segurança semelhante com uso da agulha 16G e níveis de complicações semelhantes entre os grupos.