Tesis
A articulação entre o ensino e o aprendizado do sistema de escrita alfabética e da consciência fonológica no bloco inicial de alfabetização
Fecha
2021-04-26Registro en:
SANTOS, Kelly Alves Rocha dos. A articulação entre o ensino e o aprendizado do sistema de escrita alfabética e da consciência fonológica no bloco inicial de alfabetização. 2020. 191 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Santos, Kelly Alves Rocha dos
Institución
Resumen
Esse estudo analisou a relação entre a apropriação do sistema de escrita alfabética e as
habilidades de consciência fonológica no processo de alfabetização em duas turmas (1o e 2o
anos) do Bloco Inicial de Alfabetização – BIA, em uma escola da rede pública de ensino do
Distrito Federal. Teoricamente, está ancorado em Soares (2016; 2012) e Morais (2019; 2012),
entre outros, no que concerne ao ensino de linguagem na alfabetização; em Mainardes (2007) e
Lüdke (2001) para a discussão dos ciclos; em Chartier (2007) para o debate acerca das
dimensões didática e pedagógica do trabalho docente, bem como em documentos de base legal
(BRASIL, 2012;2013a) que enfocam os direitos de aprendizagem para o ciclo de alfabetização.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de acordo com Lüdke (2013) e André (2005). As técnicas
de investigação adotadas foram a observação participante em 2019 (10 em cada uma das duas
turmas acompanhadas); entrevista semiestruturada e diagnoses, objetivando apreender os perfis
dos estudantes nos eixos de alfabetização e letramento. Para o tratamento dos dados, recorreu-
se à análise de conteúdo temática de acordo com Bardin (2016) e Franco (2008). No concernente
à análise das práticas pedagógicas, foi possível apreender pontos de aproximação e de
distanciamento na rotina pedagógica, no ensino de alfabetização (propriedades do sistema de
escrita alfabética e consciência fonológica), bem como no campo do letramento. Em se tratando
da rotina, foi evidente a discrepância em proposições de brincadeiras/jogos de alfabetização na
turma de 1o ano em contraposição à expressiva presença dessa alternativa didática no 2o. Em
relação ao sistema de escrita e da consciência fonológica, as docentes investiram,
expressivamente, em atividades de partição oral de palavras em sílabas, entretanto, não
exploraram, sistematicamente, identificação e produção de rimas e aliterações. Enquanto a
turma do 1o ano enfocou, essencialmente, as unidades linguísticas menores (letras, sílabas), a
do 2o ano oportunizou a escrita e a leitura de sentenças/frases. Cabe salientar que a unidade
linguística palavra se mostrou como padrão para ambas as turmas. No eixo do letramento, houve
ausência do trabalho com gêneros textuais no grupo-classe do 1o ano, enquanto no 2o foi
recorrente, ainda que a professora tenha monopolizado os momentos de leitura. Quanto às
diagnoses empregadas, houve desempenhos semelhantes na escrita de palavras com sílabas
canônicas (consoante + vogal), entretanto, em se tratando daquelas com maior complexidade, a
turma de 2o ano se sobressaiu, o que sugere, de fato, uma progressão. Ficou notório o papel
exercido pela consciência fonológica (rimas e aliterações) no avanço da apropriação do sistema
de escrita alfabética, bem como uma maior estabilidade nas relações grafofônicas. As produções
textuais indicaram que é pertinente desenvolver um trabalho mais articulado entre alfabetização
e letramento nessa etapa da escolarização. Foi possível apreender, num geral, uma vinculação
entre as escolhas didáticas e pedagógicas das docentes e os resultados obtidos por meio das
diagnoses.