Tesis
As traduções brasileiras de três contos fantásticos do argentino Julio Cortázar
Fecha
2017-10-24Registro en:
BONTEMPI, Larissa Angélica. As traduções brasileiras de três contos fantásticos do argentino Julio Cortázar. 2017. x, 93 f., il. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Bontempi, Larissa Angélica
Institución
Resumen
Esta dissertação de mestrado tem o objetivo de analisar traduções de três contos fantásticos do escritor argentino Julio Cortázar (1914-1984) do espanhol para o português do Brasil, para verificar se as características do gênero fantástico são mantidas nas diferentes traduções de um mesmo conto. Os contos considerados neste estudo são os seguintes: “Casa Tomada”, presente na obra Bestiario (1951), “No se culpe a nadie” e “La Puerta Condenada”, ambos incluídos em Final del Juego (1956). “Casa tomada” foi traduzido pela primeira vez por Remy Gorga Filho e foi intitulado “Casa tomada”. Esse conto faz parte da obra Bestiário, publicada pela editora Expressão e Cultura, no Rio de Janeiro, em 1971. Esse conto foi retraduzido por Ari Roitman e Paulina Wacht, e publicado com o título de “Casa tomada”, presente na obra intitulada Bestiário, publicada pela editora Civilização Brasileira, no Rio de Janeiro, em 2013. Os contos “No se culpe a nadie” e “La puerta condenada” foram também traduzidos por Remy Gorga Filho, e publicados com os títulos de “Ninguém tem culpa” e “A porta incomunicável”. Esses contos estão presentes na obra Final do Jogo, publicada pela editora Expressão e Cultura, no Rio de Janeiro, em 1971. Esses dois contos foram retraduzidos por Ari Roitman e Paulina Wacht, e publicados com os títulos “Ninguém seja culpado” e “A porta interditada”, e compõem a obra Bestiário, publicada pela editora Civilização Brasileira, no Rio de Janeiro, em 2014. Serão analisadas, portanto, seis traduções e seus três textos de partida correspondentes. A análise se localiza no âmbito dos estudos descritivos da tradução, e adota o esquema descritivo de traduções literárias proposto por José Lambert e Hendrik Van Gorp (1985). Esse esquema que é composto de quatro etapas (dados preliminares, macroestrutura, microestrutura e contexto sistêmico) será utilizado para fundamentar as descrições das traduções para o português e a comparação das mesmas entre si e com seu correspondente em espanhol a fim de fornecer um panorama mais geral sobre o produto final. Outros autores como Peter Newmark (1988), Clifford Landers (2001) e Antoine Berman (2013) darão suporte teórico para a descrição das traduções no nível da microestrutura. Quanto à literatura fantástica e a sua vertente hispano-americana, esta será definida a partir dos critérios sugeridos por Tzvetan Todorov (1968/2014), Roland Barthes (1968) e Selma Calasan Rodrigues (1988). Os dados obtidos indicam que as traduções de Remy Gorga Filho não evidenciam o caráter literário dos contos, visto que apresentam poucos dos recursos utilizados por Julio Cortázar. Observa-se que há nos textos de Roitman e Wacht uma maior incidência do uso de recursos gramaticais e lexicais que contribuem para a construção dos efeitos de verossimilhança e hesitação no leitor do sistema literário de chegada, garantindo a permanência dos contos traduzidos no gênero fantástico.